Representação financeira com moeda dourada, globo terrestre e seta de crescimento simbolizando dolarização e ETFs.
Reprodução: ChatGPT

Nos últimos anos, tenho observado de perto uma mudança profunda no comportamento do investidor brasileiro. Algo que não é mais tendência — é evolução natural. Falo da dolarização, da diversificação internacional e do uso de ETFs como instrumento central de construção de patrimônio.

Escrevo este artigo em primeira pessoa porque essa transformação também aconteceu comigo. Depois de mais de 25 anos atuando no mercado, passando por renda fixa, renda variável, análise, distribuição e consultoria, descobri na combinação entre ETFs globais e estratégias de renda em dólar o caminho mais eficiente para proteção e crescimento patrimonial.

E, como sempre digo no método Super ETF: “Você precisa medir sua riqueza em moeda forte se quiser que ela dure.”

Por que dolarizar deixou de ser luxo

Durante décadas, investir no exterior parecia distante, burocrático e caro. Hoje, isso mudou completamente. Qualquer pessoa consegue acessar ativos globais com simplicidade, baixo custo e aportes mínimos.

A verdadeira razão para dolarizar, no entanto, não é acesso — é proteção.

Como frequentemente explico a alunos e investidores:

“O real não é uma moeda de referência. Ele é uma moeda que precisa se defender todos os dias.”

Enquanto isso, o dólar permanece como medida global de poder de compra, de reservas internacionais e de precificação de praticamente tudo: alimentos, tecnologia, energia, viagens e serviços globais.

Dolarizar significa proteger sua vida financeira da volatilidade doméstica.

É aqui que John Bogle, fundador da Vanguard e pai dos fundos de índice, traz uma reflexão que marcou minha vida:

“O máximo que os investidores como grupo conseguem ganhar é aquilo que as empresas produzem.”

E as empresas que produzem mais valor — com mais inovação, governança e escala — não estão concentradas no Brasil.

Real instável, mundo acessível

A verdade é que o real sofre um processo estrutural de perda de valor ao longo das décadas. Não importa o governo, o ciclo político ou a narrativa do momento.

A volatilidade do câmbio afeta desde o preço do pão até a sua aposentadoria.

Diversificar fora não é mais sobre buscar oportunidades exóticas. É sobre garantir que o patrimônio mantenha poder de compra global ao longo do tempo.

E isso é impossível investindo 100% em real.

A dolarização não é aposta. É defesa.

Setores que simplesmente não existem no Brasil

Ao montar carteiras internacionais, percebi algo óbvio, mas ignorado pela maioria:

O Brasil não oferece acesso direto a setores essenciais para o futuro:
– inteligência artificial
– biotecnologia
– semicondutores
– cibersegurança
– cloud computing
– marcas globais de consumo
– produtividade industrial avançada

Nossa bolsa resume-se a bancos, commodities e energia. É um mercado cíclico.

E, como sempre digo:

“Se você quer o próximo grande caso de inovação, ele não está no Brasil.”

É no mercado global que estão as forças que transformam a economia.

ETFs: a ferramenta mais poderosa criada para o investidor comum

O investidor brasileiro finalmente tem acesso à melhor invenção da história dos mercados: os ETFs — fundos de índice negociados como ações.

Eles entregam três pilares que considero inegociáveis:

1. Diversificação instantânea

Com uma única cota, você compra centenas ou milhares de empresas.

2. Custo baixíssimo

Enquanto fundos tradicionais cobram taxas pesadas, ETFs internacionais têm taxas entre 0,03% e 0,20% ao ano.

Essa diferença de custos é enorme. Como ensina John Bogle:

“No longo prazo, é o custo — não o desempenho — que define o resultado do investidor.”

3. Liquidez e simplicidade

Você compra e vende em segundos, sem complicação, sem promessa milagrosa e sem depender da sorte.

Construindo estratégias com ETFs

Ao longo da minha carreira, desenvolvi carteiras globais que combinam ETFs de:

  • ações globais (como S&P 500 e índices amplos)
  • tecnologia
  • dividendos
  • energia
  • temáticos de inovação

Essa abordagem permite capturar o crescimento dos mercados desenvolvidos e, principalmente, a vantagem de investir em dólar.

E quando acrescentamos estratégias como Covered Call, criamos a capacidade de gerar renda recorrente em dólar, reduzindo volatilidade e aumentando a previsibilidade.

Como sempre ensino:

“Renda em dólar não é para quem é rico. É para quem quer deixar de depender do real.”

A nova lógica do investidor brasileiro

O brasileiro que ignora o mundo está ficando para trás. Não por falta de capacidade, mas por falta de exposição às oportunidades certas.

O jogo mudou. E mudou para melhor.

Hoje, dolarizar, acessar ETFs globais e adotar estratégias profissionais é simples, acessível e se tornou a forma mais eficiente de proteger e multiplicar patrimônio.

E minha missão é clara: colocar o investidor brasileiro dentro desse novo paradigma, com educação, método e racionalidade — princípios que aprendi estudando o mercado global e reforçados por gigantes como John Bogle.

O futuro financeiro não está em adivinhar o próximo movimento da Selic. O futuro está em participar das melhores empresas do mundo, protegendo-se com a moeda mais forte do planeta e investindo com método, não emoção.

Porque quando falamos de liberdade financeira, existe um fato impossível de negar:

“Você não conquista independência pensando local — você conquista pensando global.”