
As projeções para o preço do Bitcoin em 2026 estão sendo revisadas para baixo à medida que o mercado adota uma postura mais cautelosa após a recente queda da criptomoeda. Depois de atingir um recorde histórico acima de US$ 126 mil em outubro, o ativo acumula desvalorização de cerca de 30%, alterando de forma significativa o sentimento dos investidores.
Na sexta-feira, o Bitcoin era negociado próximo de US$ 88.476, com alta diária em torno de 3,5%, mas ainda pressionado por semanas de desempenho fraco. No acumulado do ano, a criptomoeda registra queda de aproximadamente 9%.
Bancos reduzem estimativas para 2026
Instituições financeiras de Wall Street, inclusive algumas tradicionalmente otimistas com criptoativos, passaram a revisar suas projeções. Um grande banco reduziu seu preço-alvo de 12 meses para o Bitcoin de US$ 181 mil para US$ 143 mil. Apesar de ainda indicar potencial de valorização, a revisão representa um recuo relevante em relação às expectativas recentes.
Outra instituição internacional seguiu o mesmo caminho e cortou pela metade sua estimativa para 2026, reduzindo a projeção de US$ 300 mil para US$ 150 mil, refletindo maior incerteza sobre o ritmo de recuperação do mercado cripto.
Cathie Wood também adota tom mais cauteloso
A mudança de percepção alcançou até investidores conhecidos por projeções agressivas. Cathie Wood, CEO da ARK Investment Management e uma das maiores defensoras do Bitcoin no longo prazo, reduziu recentemente sua estimativa de preço para a criptomoeda em 2030.
A executiva citou o aumento da concorrência no ecossistema de ativos digitais, especialmente o avanço das stablecoins, como um dos fatores que levaram à revisão de suas projeções. Ainda assim, a ARK segue investindo em empresas ligadas à infraestrutura cripto, como corretoras e companhias de tecnologia associadas ao setor.
ETFs seguem no centro das expectativas
Grande parte das projeções positivas para os próximos anos continua condicionada à ampliação da adoção institucional e do interesse do investidor de varejo, especialmente por meio de ETFs de Bitcoin. Analistas avaliam que os fluxos para esses produtos tendem a acompanhar o desempenho do preço do ativo.
Caso o Bitcoin volte a ganhar tração, os aportes em ETFs podem funcionar como um novo impulso para o mercado. Por outro lado, se a recuperação não se confirmar, há risco de reversão desses fluxos, o que pode intensificar movimentos de queda.
Volatilidade permanece elevada
O corte nas projeções reforça que o mercado de criptomoedas segue altamente sensível a preços, liquidez e expectativas. Com previsões menos agressivas para 2026, o Bitcoin entra em uma fase marcada por maior cautela, enquanto investidores aguardam sinais mais claros de retomada consistente.