O Bitcoin (BTC) pode encerrar 2025 cotado a US$ 150 mil (dólar americano), segundo projeções de especialistas ouvidos em evento do Crypto Times nesta sexta-feira (24). O otimismo vem de fatores macroeconômicos favoráveis e da queda esperada nos juros dos Estados Unidos, que reforçam o apetite global por ativos de risco.
Cautela ainda predomina no curto prazo
Para Guilherme Prado, diretor de operações da Bitget, o mercado cripto atravessa uma fase de consolidação. Embora reconheça o potencial de valorização, ele adota um tom prudente: “Gostaria de falar em US$ 150 mil, mas ainda vejo o bitcoin lateralizado. Faltam catalisadores claros de curto prazo”, afirmou durante o painel.
O especialista aponta que movimentos abruptos de valorização se tornaram mais raros. “Essas pernadas absurdas só acontecem quando há choques externos, como vimos recentemente após declarações políticas de impacto”, comentou.
Juros mais baixos podem impulsionar o BTC
Já Valter Rebelo, analista da Empiricus, vê espaço para uma escalada de preços nos próximos meses, sustentada por um ambiente macroeconômico mais positivo. Ele destaca que os spreads de crédito estão comprimidos e o risco de crédito é baixo, cenário que favorece a migração de capital de renda fixa para ativos de maior risco.
“Se o risco de crédito está baixo e o Fed começa a reduzir juros, o fluxo tende a sair dos títulos públicos para ativos como ações e criptomoedas”, explica Rebelo. Segundo ele, essa dinâmica tem sustentado o bom desempenho das bolsas americanas e do próprio bitcoin.
Correlação com a bolsa americana se fortalece
Nos últimos meses, a correlação entre o bitcoin e o índice Nasdaq voltou a se intensificar. Historicamente, períodos de alta nas ações de tecnologia têm impulsionado também o BTC, que se comporta como um ativo sensível à liquidez global.
“O bitcoin ainda está descontado em relação à Nasdaq”, observa Rebelo. “Esse descompasso pode abrir espaço para uma nova pernada de alta. A marca dos US$ 150 mil é perfeitamente factível até dezembro, se o otimismo macro continuar.”
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Contexto global favorece criptoativos
O cenário atual combina inflação sob controle nos EUA, redução de juros e fluxo crescente de fundos institucionais para o mercado cripto — especialmente por meio dos ETFs de bitcoin à vista, aprovados no início do ano.
Além disso, a aproximação do halving de 2026, que reduzirá novamente a emissão da criptomoeda, reforça a percepção de escassez, um fator historicamente associado a ciclos de valorização.
Segundo dados de mercado, o BTC acumula alta de cerca de 40% em 2025, operando acima de US$ 110 mil nas últimas semanas. O volume de negociação também segue elevado, indicando que o interesse institucional permanece firme.
Perspectiva até o fim de 2025
A trajetória do bitcoin até o fim do ano dependerá, sobretudo, da velocidade dos cortes de juros pelo Federal Reserve e do apetite por risco nos mercados globais. Caso o ambiente continue favorável, a criptomoeda pode romper novas máximas históricas, impulsionada pelo fluxo de capitais em busca de valorização em dólar.
Analistas ressaltam, porém, que a volatilidade segue alta e que oscilações de 10% a 15% em curtos períodos ainda são comuns. “Mesmo com fundamentos positivos, é um mercado que reage intensamente a mudanças de humor dos investidores”, observa Prado.
Com a combinação de liquidez crescente, inflação controlada e confiança renovada no setor cripto, o bitcoin caminha para encerrar o ano de 2025 em seu melhor patamar histórico. Se as projeções se confirmarem, o ativo pode finalmente alcançar os aguardados US$ 150 mil, consolidando uma das maiores recuperações do ciclo pós-halving.
