Reação negativa

Ações da Usiminas (USIM5) recuam após dívida líquida saltar 46% — XP Investimentos avalia desempenho do 1T25

Essa reação negativa dos investidores acontece porque a alta da dívida gera um impacto negativo de R$ 778 milhões do capital de giro

Usiminas
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais - (Divulgação)

O crescimento da dívida líquida da Usiminas (USIM5) no 1° trimestre de 2025 preocupou o mercado. As ações da companhia operam em queda nesta quinta-feira (24), após o balanço financeiro da empresa indicar uma dívida de R$ 1,37 bilhão no trimestre, um aumento de 46%.

Por volta das 11:00, os papéis USIM5 caíam 2,47% a R$ 5,92.

Essa reação negativa dos investidores acontece porque a alta da dívida gera um impacto negativo de R$ 778 milhões do capital de giro.

A alavancagem, no entanto, segue controlada em 0,7x dívida líquida/EBITDA ajustado. E o CAPEX recuou 43% no trimestre, totalizando R$ 219 milhões.

Apesar dessa cenário, o lucro, a receita e o EBTIDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) da Usiminas no 1° trimestre ficaram acima das expectativas da XP Investimentos.

Com um EBITDA ajustado de R$ 733 milhões — alta de 6% na comparação trimestral, 11% acima da projeção da XP e 5% superior ao consenso de mercado — a companhia mostra fôlego diante de um cenário ainda desafiador para a indústria.

“O desempenho foi sólido, com destaque para a divisão de Aço, que se beneficiou de preços ligeiramente mais altos e custos menores, resultado direto das iniciativas de eficiência”, destacou a XP.

A margem EBITDA ajustada subiu três pontos percentuais e fechou o trimestre em 10,7%.

Segundo a casa, o sinal mais encorajador veio da perspectiva para o segundo trimestre. A Usiminas projeta custos ainda mais baixos por tonelada na produção de aço, além de estabilidade em volumes e preços.

“Isso deve ajudar a mitigar parte das incertezas ligadas à demanda doméstica no segundo semestre e à elevada penetração de importações no mercado brasileiro”, pondera a XP.

Receita em alta e avanço em rentabilidade

A receita líquida da companhia chegou a R$ 6,9 bilhões, uma alta de 6% sobre as estimativas da XP.

Na divisão de Aço, os volumes subiram 3% no trimestre e os preços médios avançaram 1%. Já na mineração, os volumes cresceram 1%, mas os preços dispararam 18% (em dólares), impulsionados por menores descontos e maior participação de vendas na modalidade CFR.

No lado dos custos, a produção de aço teve queda de 2% no custo caixa por tonelada — reflexo de compensações pontuais de seguros e reversão de provisões.

Já na mineração, o custo caixa de produção ficou praticamente estável, mas o custo por tonelada subiu 11%, puxado pelas operações CFR.

Olho adiante

Para o segundo trimestre, a XP acredita que a Usiminas continuará colhendo os frutos das ações de eficiência operacional.

“A expectativa de menor custo por tonelada no Aço é um sinal positivo, ainda que o cenário macroeconômico siga desafiador, com juros altos e demanda doméstica fragilizada”, conclui a casa.

A corretora, no entanto, faz um alerta: a forte presença de importações no mercado nacional continua a pressionar os preços e pode limitar os ganhos nos próximos trimestres.

Diante disso, a recomendação da XP segue ‘neutra’ para as ações USIM5, com preço-alvo de 15,50.