
As ações da Dexco (DXCO3) operam em queda nesta quinta-feira (13), após a empresa apresentar um desempenho fraco no 4° trimestre de 2024. Por volta das 11:30, os papéis caiam 1,07%, cotados a R$ 5,53.
Para o BTG Pactual, a companhia apresentou resultados financeiros mistos, com EBITDA (lucro antes juros e amortizações) de R$ 372 milhões no período, uma queda de 19% em relação ao trimestre anterior e 3% abaixo das estimativas do BTG Pactual.
Apesar do desempenho mais fraco, o banco destacou que “a companhia está no caminho certo para fortalecer seu balanço” e reiterou a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 10,50, o que implica um potencial de valorização de 87,8%.
Segmentos em resistência
O segmento de madeira da Dexco permaneceu robusto, com EBITDA de R$ 350 milhões, em linha com as projeções do BTG, apesar da queda de 14% em relação ao trimestre anterior, impactada pela sazonalidade mais fraca.
“Os embarques de painéis permaneceram estáveis em relação ao ano anterior, mas caíram 12% em comparação com o terceiro trimestre”, apontou o banco.
Por outro lado, a divisão de acabamentos (Deca) teve um desempenho mais fraco, com EBITDA de R$ 28 milhões, uma queda de 46% em relação ao trimestre anterior, com margem de apenas 5,5%. “
A margem comprimida foi impulsionada pela queda nos volumes (-9% t/t) e pelo aumento de 3% nos custos unitários”, destacou o BTG.
Um ponto positivo foi o desempenho da LD Celulose, que registrou um EBITDA de R$ 565 milhões, 4% acima das expectativas do banco, refletindo um avanço na produção e a depreciação favorável do real.
Além disso, a Dexco conseguiu reduzir ligeiramente sua dívida líquida, que passou de R$ 5,2 bilhões para R$ 4,9 bilhões, levando a uma relação dívida líquida/EBITDA de 3,0x.
“O fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 142 milhões, mas apenas devido a efeitos fiscais não recorrentes”, pontuou o BTG.
Perspectivas para 2025: recuperação em vista?
Apesar do cenário desafiador, o BTG Pactual enxerga um horizonte promissor para a Dexco em 2025.
“Continuamos vendo perspectivas decentes para a demanda por materiais de construção no Brasil, especialmente em painéis de madeira”, afirmaram os analistas do banco.
Além disso, o BTG destacou a expectativa de que a LD Celulose comece a pagar dividendos em 2026, fortalecendo ainda mais a geração de caixa da companhia.
O banco conclui sua análise com um tom otimista, apesar dos desafios macroeconômicos e da alta alavancagem.
“Embora reconheçamos o risco de taxas de juros mais altas no Brasil, acreditamos que a Dexco está no caminho certo para melhorar seus resultados e fortalecer seu balanço nos próximos trimestres”, reforçou o BTG.