A Vale (VALE3) registrou produção de 94 milhões de toneladas de minério de ferro no 3º trimestre de 2025, o maior volume desde 2018 e 5% acima do consenso de mercado. O desempenho acima das projeções levou as ações da companhia a subir cerca de 1% na manhã desta quarta-feira (22), acompanhando a alta do preço do minério de ferro.
Produção sólida e avanço operacional
O Bradesco BBI classificou os resultados operacionais como “sólidos”, destacando a produção recorde em S11D e o avanço contínuo de projetos-chave, apesar de desafios em Serra Norte. O banco mantém previsão de EBITDA de US$ 4,2 bilhões, com divulgação marcada para 30 de outubro.
A XP Investimentos ressaltou que os números reforçam a flexibilidade do portfólio da mineradora, com foco em produtos de baixa alumina, como BRBF e IOCJ, que têm apresentado prêmios mais altos. Essa estratégia, segundo a corretora, contribuiu para elevar o preço médio realizado do minério.
Estratégia adaptável e prêmios em recuperação
Para a Ativa Investimentos, os resultados comprovam o acerto da estratégia comercial da Vale, com embarques e preços acima das expectativas. A gestora projeta impacto positivo nas estimativas de receita líquida, EBITDA e lucro líquido do trimestre.
O Goldman Sachs destacou a adaptação da mineradora à demanda global, com aumento do fornecimento de pellet feed para a China e crescimento das vendas de BRBF. Apesar da menor demanda por minérios de alto teor, os prêmios consolidados subiram US$ 1 por tonelada na comparação trimestral, sustentando margens em meio à estabilidade no teor de ferro.
Já o JPMorgan avaliou que os números reforçam a consistência operacional da Vale. Para o banco, a mineradora tem mostrado maior controle sobre suas operações — um ponto valorizado por investidores. O Itaú BBA também destacou a melhora no prêmio de finos, que retornou a terreno positivo.
Cobre e níquel também em alta
Nos metais básicos, o desempenho foi igualmente positivo. As vendas de cobre cresceram 19,7% e as de níquel, 5,4% na comparação anual. O preço do cobre subiu 7% ano a ano, ficando 5,1% acima da estimativa do JPMorgan. O Goldman Sachs estimou produção de níquel 16% acima do esperado, impulsionada pela reestruturação da mina subterrânea de Voisey’s Bay.
A XP e o Goldman acreditam que a empresa está no caminho de atingir o topo do guidance para minério, níquel e cobre em 2025. A Genial Investimentos também revisou suas projeções e elevou o EBITDA proforma para US$ 4,3 bilhões.
Otimismo entre bancos e casas de análise
Entre os grandes bancos, o sentimento em relação à Vale é o mais forte dos últimos anos, segundo o Goldman Sachs. O otimismo decorre da percepção de que os preços do minério devem permanecer resilientes, mesmo em um cenário de crescimento mais fraco na China.
O relatório do banco destaca ainda o fluxo de caixa livre (FCF yield) da Vale, que segue mais atraente que o de concorrentes como Rio Tinto e BHP, sustentado por disciplina de capital e menor risco de aquisições.
Recomendações de compra e preços-alvo
O Bradesco BBI reiterou recomendação de compra para as ações VALE3, com preço-alvo de US$ 13 por ADR. O Goldman Sachs e o JPMorgan mantiveram recomendação de compra e preço-alvo de US$ 14 por ADR. O BBA também reafirmou compra, enquanto a Genial Investimentos projetou preço-alvo de R$ 70 por ação.
Com desempenho operacional consistente, diversificação de portfólio e prêmios em recuperação, a Vale reforça sua trajetória de retomada em 2025 — consolidando-se como uma das principais apostas entre as grandes mineradoras globais.