segunda, 29 de abril de 2024
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Unipar (UNIP6), Vibra (VBBR3), 3R (RRRP3) e mais: o que a XP espera do setor no 4T23?

Casa desenha os cenários e diz o que pode afetar os resultados; veja

16 fevereiro 2024 - 10h55Por José Chacon

Prestes a saírem os balanços do quarto trimestre de 2023 (4T23) das companhias de Petróleo, Gás e Petroquímicos (Vibra - VBBR3, Prio - PRIO3, UltraparUGPA3, PetroRecôncavo - RECV3, UniparUNIP6 e 3R Petroleum - RRRP3), a XP Investimentos faz suas projeções e diz o que pode afetar os resultados, nas linhas a seguir:

 

Desempenho robusto na Vibra (VBBR3)

Para a Vibra (VBBR3), a casa prever um declínio modesto nos volumes, com receitas que devem ter diminuição trimestral de 2%. Ao contrário do 3T23, não se espera que o 4T se beneficie de impactos positivos nos estoques.

No entanto, a expectativa da XP é de que as margens permanecerão fortes.

"Projetamos uma margem EBITDA recorrente ajustada por unidade de R$ 171/m³ (-25% T/T), resultando em um EBITDA total de R$ 1.571 milhões. Adicionalmente, prevemos que os resultados receberão um efeito positivo de eventos não recorrentes relacionados ao reconhecimento de crédito tributário (“LC 192”, ~R$ 2,5 bilhões, enquanto mais ~R$ 3 bilhões deverão ser reconhecidos durante o 1º semestre de 2024)", destaca.

No lucro líquido da companhia, a XP espera um montante de R$ 2,3 milhões.

 

Margens sólidas na Ultrapar (UGPA3)

A XP espera que a Ultrapar (UGPA3) retorne a um nível normalizado no quarto trimestre de 2023, mas mantendo margens sólidas. 

Para a Ipiranga, a expectativa é de um aumento trimestral de volume de 3% e EBITDA recorrente ajustado unitário atingindo R$ 185/m³ (-28% T/T). 

Na a Ultragaz, os volumes devem atingir 423 kt, (-7% T/T e -2% A/A, mas mantendo a tendência de aumento da participação de granéis no mix de vendas) e EBITDA ajustado unitário estável em uma base trimestral, atingindo R$ 989 por tonelada, projeta a casa.

Já para a Ultracargo, a esperança é que haja um aumento trimestral de 2% no EBITDA ajustado (R$ 176 milhões). "No total, estimamos um EBITDA ajustado consolidado de R$ 1.618 milhões (-20% T/T e +116% A/A)".

 

Unipar (UNIP6): resultados mais fracos, afetados tanto pelos volumes quanto pelos preços 

Segundo a XP, o 4T geralmente tem um efeito de sazonalidade negativo sobre os volumes da Unipar (UNIP6), que este ano foi reforçado pela paralisação das operações em Bahia Blanca desde meados de dezembro, devido a eventos climáticos na Argentina.

"Com relação aos preços de referência, observamos principalmente uma pequena queda T/T, o que também deve reduzir os resultados da Unipar. Em suma, estimamos que a Receita Líquida diminua -28% T/T e o EBITDA ajustado -46% (margem de ~16%)", analisa a casa.

O lucro líquido esperado pela XP para a Unipar é de R$ 56 milhões, uma queda de 71% na comparação com 2022, que no período a companhia apurou R$ 191 milhões.

 

PetroReconcavo (RECV3): um 4T23 fraco, principalmente devido a restrições no midstream

Para a XP, a interrupção temporária da produção de petróleo e gás natural associado devido à parada operacional no ativo industrial de Guamaré, leva a uma diminuição na produção da PetroRecôncavo (RECV3) de 9% no trimestre (apenas 39% do gás produzido em Potiguar foi processado, um novo recorde de baixa).

"Esses contratempos deverão levar a uma contração trimestral de 12% no EBITDA ajustado, atingindo R$ 393 milhões", comenta a XP.

No lucro líquido, a expectativa é de que a RECV3 tenha uma alta de 12% quando comparado ao apurado em 2022, com R$ 163 milhões contra R$ 145 milhões.

 

Números suaves na Prio (PRIO3)

"Deveremos ver números suaves para a PRIO no 4T23, em uma base trimestral, principalmente devido a offtakes mais fracos (-13% T/T) e apesar da produção estável", destaca a XP.

Para a casa, a receita líquida vai cair 20% no trimestre, também impulsionada pelos preços mais baixos do Brent (-3% no T/T).

No geral, a casa espera que o EBITDA ajustado atinja US$ 504 milhões (-22% T/T e +316% A/A), com um pequeno impacto nas margens EBITDA (-2 p.p. T/T), impulsionado pela preservação do baixo lifting cost da empresa. 

No lucro líquido, uma queda de 36,2% ante 2022, que teve R$ 345 registrado e neste quarto trimestre de 2023 deve vir R$ 220 milhões, conforme a projeção.

 

Efeitos mistos na 3R (RRRP3)

No upstream da 3R Petroleum (RRRP3), a XP espera que os impactos na receita, pela queda nos preços do Brent (-3% T/T) sejam compensados por maiores volumes de produção e vendas, juntamente com melhores preços, sendo o Reconcavo o principal destaque positivo.

Em contrapartida, a casa tem expectativa que as receitas de mid-downstream diminuam, principalmente devido a paradas de manutenção durante um período significativo.

Em suma, esperamos que o EBITDA ajustado atinja R$ 716 milhões, contraindo 14% T/T, com a margem EBITDA ajustada expandindo 8 p.p. T/T.

No lucro líquido, a XP espera que a petroleira atinja R$ 653 milhões.