
A Nvidia (NVDC34) divulgou nesta quarta-feira (19) um lucro líquido de US$ 31,9 bilhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25), superando com folga as estimativas de mercado, que apontavam para US$ 29,5 bilhões. O resultado também avançou sobre os US$ 26,4 bilhões registrados no trimestre anterior.
O desempenho reforça a posição da companhia como principal beneficiária da explosão global em inteligência artificial, infraestrutura de nuvem e computação acelerada.
Ações sobem mais de 3% no after market
Às 18h35, as ações subiam 3,63% no after market da Nasdaq, negociadas a US$ 193,30. O movimento refletiu não só o lucro acima do consenso, mas a receita recorde, a força do segmento de data centers e sinais de que a demanda continua muito acima da capacidade de produção.
Receita chega a US$ 57 bilhões, impulsionada por Data Centers
A Nvidia registrou receita de US$ 57 bilhões, superando as projeções — que variavam entre US$ 54 bilhões e US$ 55 bilhões — e avançando 22% na comparação trimestral.
O destaque absoluto foi o negócio de Data Centers, que alcançou:
- US$ 51,2 bilhões em receita,
- alta de 66% ano contra ano,
- crescimento de 25% na comparação trimestral,
- recorde histórico para o segmento.
Segundo a CFO Colette Kress, “o avanço foi impulsionado por três mudanças de plataforma: computação acelerada, modelos de IA mais poderosos e aplicações agentic”.
Blackwell Ultra domina a demanda
A diretora também confirmou que o produto mais vendido atualmente é a linha Blackwell Ultra, segunda geração da família Blackwell, que vem substituindo rapidamente arquiteturas anteriores no mercado corporativo.
GPUs para nuvem estão esgotadas
O CEO Jensen Huang afirmou que as GPUs voltadas para nuvem estão “totalmente esgotadas”, resposta às preocupações sobre vendas concentradas em poucas provedoras. Segundo ele, clientes corporativos continuam absorvendo rapidamente a capacidade adquirida pelos hyperscalers.
O comentário reduziu temores sobre uma eventual desaceleração nas encomendas do setor.
Margem bruta permanece elevada
A margem bruta ficou em 73,4%, dentro do esperado e acima dos 72,3% do trimestre anterior, mantendo o nível historicamente alto que sustenta a geração de caixa da empresa.
Mercado esperava menos
O relatório mostrou que, embora o consenso já antecipasse números fortes, a Nvidia entregou resultados que ultrapassaram praticamente todos os pontos do guidance implícito do mercado:
- Lucro por ação: US$ 1,30 (vs. US$ 1,25 esperados)
- Lucro líquido: US$ 31,9 bi (vs. US$ 29,5 bi do consenso)
- Receita: US$ 57 bi (vs. até US$ 55 bi)
- Data Center: US$ 51,2 bi (vs. US$ 49 bi esperados)
Perspectiva para o próximo trimestre
Embora a empresa não tenha divulgado guidance detalhado no documento, os comentários de executivos reforçam:
- Demanda sustentada por GPUs de alta performance;
- Capacidade de produção ainda limitada frente ao apetite dos clientes;
- Potencial de que 2026 seja outro ano de forte expansão, especialmente para aplicações de IA generativa e agentic.
Reação do mercado
O balanço da Nvidia repercutiu imediatamente em Wall Street, que já vinha operando em recuperação após sequência de quedas. O setor de tecnologia registrou firme alta no after, com destaque para companhias ligadas a IA, data centers e semicondutores.