Fachada da sede do Nubank em São Paulo; banco digital ultrapassou a Petrobras em valor de mercado.
Imagem: Gemini Pro

O Nubank atingiu um marco histórico ao ultrapassar a Petrobras e se tornar a empresa mais valiosa do Brasil, segundo dados de mercado divulgados nesta semana. Avaliado em US$ 77,3 bilhões, o banco digital agora ocupa também o segundo lugar na América Latina, atrás apenas do Mercado Livre (US$ 115,7 bi).

Listada na Bolsa de Nova York desde dezembro de 2021, a fintech vem consolidando sua posição como uma das instituições financeiras mais influentes do continente, impulsionada pela digitalização e pela expansão regional.


Crescimento acelerado e resultados expressivos

Sob a liderança de David Vélez e Cristina Junqueira, o Nubank registrou crescimento de 17% na base de clientes no segundo trimestre de 2025, atingindo 122,7 milhões de usuários em três países — Brasil, México e Colômbia.

O desempenho financeiro também impressiona:

  • Lucro líquido: US$ 637 milhões no trimestre;
  • Retorno sobre o patrimônio líquido: 31%;
  • Carteira de crédito: US$ 27,3 bilhões;
  • Depósitos totais: US$ 36,6 bilhões.

O resultado reflete o sucesso da estratégia de diversificação e de produtos acessíveis, que posicionam o Nubank como referência de eficiência e crescimento em tecnologia financeira.


Ações em alta e valorização constante

As ações do Nubank subiram 50% em 2025, encerrando o último pregão a US$ 16 por papel, segundo dados da Bolsa de Nova York.

No mesmo período, os papéis da Petrobras (PETR3) caíram cerca de 20%, pressionados pelas oscilações no preço do petróleo e pelo cenário político. Essa diferença ampliou a distância entre as duas companhias e confirmou a mudança estrutural no topo do mercado brasileiro, com o setor digital superando o tradicional setor de energia.


Expansão internacional e novo horizonte

Poucas semanas antes do feito, o Nubank solicitou licença para operar como banco nos Estados Unidos, o que deve marcar uma nova fase da instituição.

Segundo o CEO David Vélez, o objetivo é “atender melhor os clientes que já vivem nos EUA e alcançar novos perfis com necessidades semelhantes”. O processo pode levar meses — ou até anos —, mas representa um passo estratégico para a consolidação global da marca.


As 10 empresas mais valiosas da América Latina

  1. Mercado Livre (MELI) — US$ 115,7 bi
  2. Nubank (NU) — US$ 77,3 bi
  3. Petrobras (PETR3, PETR4) — US$ 74,7 bi
  4. Itaú Unibanco (ITUB4) — US$ 72,8 bi
  5. América Móvil (AMX) — US$ 68,8 bi
  6. Grupo México (GMEXICOB) — US$ 65,7 bi
  7. Walmart do México (WALMEX*) — US$ 57,9 bi
  8. Vale (VALE) — US$ 52 bi
  9. BTG Pactual (BPAC11) — US$ 42,4 bi
  10. Ambev (ABEV) — US$ 35,6 bi

Análise de mercado

De acordo com a Bloomberg Línea, o JPMorgan avaliou a expansão internacional como positiva no médio prazo, embora alerte para o impacto de investimentos iniciais na eficiência operacional.

Já o Citi destacou a “solidez da carteira de crédito” e o Bradesco BBI projeta lucro líquido de US$ 728 milhões no terceiro trimestre, alta de 14,3% em relação ao trimestre anterior.

Para analistas, o desafio do Nubank será provar a escalabilidade do modelo fora da América Latina. Caso a expansão nos EUA seja bem-sucedida, o banco poderá ampliar significativamente seu mercado potencial e consolidar sua posição entre as maiores instituições financeiras do mundo.


A ascensão do Nubank simboliza a transformação do mercado financeiro brasileiro, onde a inovação e a tecnologia passam a ocupar o espaço que antes pertencia a gigantes estatais e tradicionais.

Com um modelo baseado em simplicidade, inclusão e escala digital, o banco roxo se firma como um dos principais símbolos da nova economia latino-americana — e um exemplo de como o setor financeiro está sendo reinventado para o futuro.