O Ibovespa encerrou a sexta-feira (17) em alta de 0,84%, aos 143.398 pontos, acumulando ganho semanal de 1,93% depois de três semanas de queda. O movimento foi sustentado pela melhora do sentimento externo e pelo avanço das principais ações ligadas a commodities e bancos, em um ambiente de alívio após declarações conciliadoras de Donald Trump sobre a China e expectativa de novo corte de juros nos Estados Unidos.
O dólar comercial recuou 0,69%, cotado a R$ 5,405, registrando a terceira desvalorização consecutiva, enquanto os juros futuros (DIs) encerraram o pregão de forma mista. O movimento reflete tanto a recuperação de ativos de risco no exterior quanto a percepção de que o Federal Reserve pode iniciar uma nova rodada de estímulos monetários ainda em outubro.
Trump modera tom contra a China e melhora o humor nos mercados
Nos Estados Unidos, as bolsas encerraram o dia em alta: o Dow Jones subiu 0,52%, o S&P 500 avançou 0,53% e o Nasdaq, 0,52%. O otimismo veio após o ex-presidente Donald Trump afirmar que uma tarifa de 100% sobre produtos chineses “não seria sustentável”, sinalizando possível trégua comercial.
A fala ajudou a aliviar a tensão entre as duas maiores economias do mundo, enquanto investidores também monitoraram declarações de Alberto Musalem, presidente do Fed de St. Louis, que disse apoiar mais um corte de juros em outubro. A combinação de juros menores e moderação no discurso geopolítico devolveu apetite ao risco global.
Bancos regionais dos EUA voltam ao radar
Apesar do alívio pontual, o mercado americano ainda acompanha com cautela as notícias envolvendo bancos regionais, após suspeitas de fraudes em empréstimos imobiliários. Instituições como Zions e Western Alliance estiveram no centro das atenções.
Analistas da Ágora Investimentos destacaram que, embora as perdas reportadas sejam modestas — na casa de dezenas de milhões de dólares, e não bilhões —, a sequência de revelações reacendeu a preocupação sobre a resiliência de instituições menores num ambiente de crédito mais restrito.
Mesmo assim, o consenso é de que não há risco sistêmico. “É um movimento típico de realização e ajuste de posição, não uma crise estrutural”, avaliou um analista ouvido pelo mercado.
Cenário doméstico: tensão fiscal e agenda política no radar
No Brasil, a semana foi marcada por movimentos mistos entre política e economia. O encontro das chancelarias de Brasil e EUA ajudou a reduzir ruídos diplomáticos, abrindo espaço para uma futura reunião entre Lula e Trump, que deve abordar o tema dos minerais críticos e cooperação energética.
No campo fiscal, o governo federal ainda busca uma decisão favorável no STF sobre a lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores. O ministro Cristiano Zanin votou pela derrubada da norma, sob o argumento de que a prorrogação carece de indicação das fontes de compensação. O resultado final do julgamento pode ter impacto direto sobre o equilíbrio fiscal de 2026.
Destaques da Bolsa: PRIO e WEG lideram ganhos
Entre as ações mais negociadas do dia, PRIO (PRIO3) foi o grande destaque, com alta de 5,61%, após a retomada da produção no campo de Peregrino, no Mar do Norte, liberada pela ANP. A ação também foi a mais negociada do pregão, refletindo o otimismo com a expansão da produção e o preço internacional do petróleo.
A WEG (WEGE3) avançou 4,48%, impulsionada pela aquisição de 54% da Tupinambá Energia, movimento que reforça a presença da companhia no setor de energia renovável.
Entre as blue chips, Petrobras (PETR4) subiu 0,95%, interrompendo três dias de queda, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 2,60% e Bradesco (BBDC4) ganhou 0,68%, acumulando quase 5% de alta na semana. Já Vale (VALE3) recuou 0,28%, acompanhando a queda do minério de ferro na China.
Small caps e índices setoriais também avançam
O Índice de Small Caps (SMLL) fechou com alta de 0,82%, somando 2.148 pontos, e o IFIX, que reúne os fundos imobiliários mais negociados, ficou praticamente estável, com leve recuo de 0,02%. O índice de BDRs (BDRX) caiu 0,33%, refletindo o desempenho misto das bolsas americanas durante a semana.
O destaque entre as small caps foi BPAN4 (Banco Pan), com ganho semanal de 28,4%, seguida por TRAD3 (Traders Club), com alta de 24,2%, e CBAV3 (CBA), com avanço de 17,1%.
Semana termina positiva, mas atenção segue redobrada
O avanço do Ibovespa nesta semana rompeu a sequência de três semanas de baixa, mas analistas ainda enxergam volatilidade à frente. O mercado segue atento à divulgação do IPCA-15 de outubro e do CPI americano, ambos marcados para a próxima sexta-feira (24).
Os dados de inflação, somados ao cenário fiscal brasileiro e à indefinição sobre o corte de juros nos EUA, devem ditar o tom dos negócios. Apesar da trégua temporária, a percepção é de que os ativos de risco seguem sensíveis a qualquer surpresa macroeconômica.
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