Bolsa nas máximas

Ibovespa encerra semana em alta e rompe marca histórica

Índice da B3 sobe 1,17%, supera 143 mil pontos e alcança maior patamar de fechamento da história.

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Gráfico de ações no painel da B3 simbolizando o recorde histórico do Ibovespa em setembro de 2025
Painel de cotações da B3 reflete o recorde histórico do Ibovespa em setembro de 2025. (Fonte: Canva)

O Ibovespa viveu nesta sexta-feira (5) um pregão histórico. O principal índice da Bolsa brasileira avançou 1,17%, encerrando o dia em 142.640,14 pontos, o maior nível de fechamento já registrado.

A máxima intradiária também foi inédita: o índice superou pela primeira vez a marca dos 143 mil pontos, alcançando 143.408,64 pontos. Com isso, a semana acumulou ganho de 0,86%, marcando o quinto resultado semanal positivo consecutivo.

O desempenho brasileiro contrasta com o tom negativo de Wall Street, pressionado por um relatório de emprego mais fraco nos EUA (payroll).


Dólar e juros futuros acompanham movimento positivo

O real se fortaleceu frente ao dólar, que caiu 0,63%, cotado a R$ 5,41. Foi a terceira queda seguida da moeda norte-americana.

Na renda fixa, os juros futuros (DIs) recuaram em praticamente toda a curva, reforçando a percepção de um cenário favorável para cortes adicionais da taxa Selic nos próximos meses.


Payroll nos EUA aumenta temor de recessão

Nos Estados Unidos, o relatório de empregos de agosto (payroll) trouxe preocupação. Foram criadas apenas 22 mil vagas, contra expectativa de 75 mil, elevando a taxa de desemprego para 4,3%, a maior desde 2021.

A princípio, o dado reforçou apostas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) já em setembro. No entanto, o temor de desaceleração mais intensa fez os índices de Nova York inverterem para queda ao longo do pregão.

Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o dilema do Fed está em “equilibrar dois riscos: cortar juros cedo demais, arriscando reacender a inflação, ou esperar mais e aprofundar a desaceleração da atividade”.


Economia brasileira sustenta otimismo

O bom humor local também foi sustentado pelo cenário interno. Relatório macroeconômico da XP Investimentos manteve projeções estáveis para o Brasil, indicando crescimento moderado em 2025 e 2026.

Além disso, a balança comercial mostrou resiliência após novas tarifas e a China registrou recorde de importação de soja brasileira neste ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou expectativa de assinatura do acordo Mercosul-União Europeia ainda em 2025.

“Quem investe pensando apenas no Brasil está sempre vulnerável. Diversificar em ativos globais e dolarizar parte do portfólio é uma forma de transformar ganhos pontuais em liberdade financeira de longo prazo”, destacou Fábio Murad, CEO da SpaceMoney, em referência à estratégia Super ETF.


Setores em destaque: bancos e varejo puxam ganhos

Entre as ações, os destaques positivos foram:

  • Banco do Brasil (BBAS3): +3,57%
  • Magazine Luiza (MGLU3): +7,17%
  • Ultrapar (UGPA3): +6,59%
  • Vale (VALE3): +0,92%

Na ponta negativa, a queda do petróleo no mercado internacional pressionou a Petrobras (PETR4: -1,51%) e as chamadas “petro juniores”, como PRIO3 (-2,06%).


Próxima semana promete alta volatilidade

A agenda econômica deve testar a força da tendência de alta da Bolsa. No Brasil, serão divulgados:

  • IPCA de agosto (quarta, 10/09)
  • Dados do varejo (quinta, 11/09)
  • Indicadores de serviços (sexta, 12/09)

Além disso, nos EUA, saem os números do CPI (inflação ao consumidor), referência crucial para a política monetária do Fed.