O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (15) em clima de euforia e cautela ao mesmo tempo. O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,90%, alcançando 143.546,58 pontos, o maior nível de fechamento da história. Durante o dia, chegou à máxima inédita de 144.193,58 pontos, superando o recorde anterior de 11 de setembro.
Apesar da performance histórica, o volume financeiro foi considerado baixo, em torno de R$ 17,3 bilhões, reflexo da postura mais conservadora dos investidores às vésperas da chamada Super Quarta, que trará decisões cruciais do Copom e do Federal Reserve (Fed).
Super Quarta traz cautela ao mercado
Na quarta-feira (17), o mercado conhecerá as decisões de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos.
- No Brasil, a expectativa é de manutenção da Selic em 15% ao ano.
- Nos EUA, o consenso é de que o Fed anuncie o primeiro corte de juros em nove meses, estimado em 0,25 ponto percentual.
Mais do que o movimento imediato, os analistas estarão atentos às projeções do Fed para PIB, inflação e desemprego, que indicarão o ritmo dos cortes até 2026.
Segundo Fábio Murad, CEO da SpaceMoney, “momentos como a Super Quarta reforçam a importância de diversificação global. O investidor que depende apenas do mercado local fica vulnerável à volatilidade. Já quem se expõe a ativos internacionais, como ETFs nos EUA, consegue atravessar essas fases com maior tranquilidade”.
Indicadores e destaques do pregão
Além da expectativa pelo Fed e Copom, outros fatores influenciaram o mercado:
- O IBC-Br de julho veio mais fraco que o esperado, reforçando a visão de desaceleração da economia brasileira.
- O dólar comercial caiu 0,61%, cotado a R$ 5,32, no menor nível desde junho de 2024.
- Nos EUA, o Nasdaq avançou 0,94%, impulsionado pela valorização da Alphabet, que ultrapassou US$ 3 trilhões em valor de mercado.
No campo corporativo:
- Vale (VALE3) subiu 0,88% e Petrobras (PETR4) avançou 0,87%, acompanhando o petróleo no exterior.
- Eletrobras (ELET3) foi destaque com alta de 3,02%.
- No varejo, Magazine Luiza (MGLU3) disparou 7,41% e Lojas Renner (LREN3) ganhou 2,33%.
- Entre as quedas, Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,20% e Raia Drogasil (RADL3) caiu 3,93%.
Ibovespa no ano e no mês
O desempenho acumulado reforça a força do mercado brasileiro em 2025:
- Semana: +0,90%
- Setembro: +1,50%
- 3º trimestre: +3,38%
- 2025: +19,34%
Perspectivas
Com a Super Quarta no radar, os investidores devem manter a cautela nos próximos dias. Um corte de juros mais agressivo nos EUA poderia pressionar o real e os ativos brasileiros, enquanto a manutenção da Selic tende a reforçar a atratividade relativa da renda fixa local.
Para Murad, a mensagem é clara: “o investidor não deve depender de apenas um mercado. O Brasil é importante, mas a verdadeira independência financeira vem da construção de patrimônio em dólar, com estratégias que combinam segurança e geração de renda, como o Super ETF”.