O Ibovespa voltou a subir com força nesta quarta-feira (3), sustentado pelo otimismo global e por indicadores econômicos que reforçaram a percepção de desaceleração da economia norte-americana — um movimento que fortalece apostas de cortes de juros no início de 2025. O avanço levou o índice a testar novos recordes intradiários e a consolidar mais um pregão positivo na B3.
Ao longo da manhã, o Ibovespa operou acima dos 161 mil pontos e chegou a renovar máximas sucessivas. Mais tarde, o movimento ganhou tração com maior presença de fluxo comprador, e o índice ultrapassou o patamar dos 164 mil pontos, chegando a registrar próximo de 164.465 pontos em determinado momento do dia — marca destacada pelas mesas de operação. O desempenho reforça a sequência de altas iniciada no começo da semana, quando o índice superou pela primeira vez a barreira dos 162 mil pontos.
Dados dos EUA reforçam cenário de alívio monetário
O gatilho principal veio do relatório ADP, que mostrou fechamento de 32 mil vagas no setor privado dos EUA em outubro, resultado mais fraco do que o previsto pelo mercado. A leitura reforça a tese de esfriamento gradual da economia norte-americana e, por consequência, amplia a percepção de que o Federal Reserve poderá iniciar cortes de juros em breve.
Investidores também acompanharam outros indicadores nos EUA, como o índice de preços de importação e a produção industrial, além do ISM de serviços — todos cruciais para calibrar expectativas sobre a trajetória da política monetária.
Ações de peso ajudam a empurrar o índice
O avanço do Ibovespa foi acompanhado por fortes movimentos de setores relevantes.
Nos dados agregados ao longo do dia, Vale e Petrobras oscilaram entre leves altas e estabilidade, enquanto bancos e frigoríficos mostraram desempenhos positivos. O setor de energia também contribuiu para o clima favorável, com algumas companhias registrando ganhos superiores a 2%.
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Blue chips ligadas a commodities e instituições financeiras foram citadas por operadores como responsáveis por sustentar parte importante do movimento de alta — fator que ajudou o índice a manter o ímpeto mesmo em momentos de leve correção intradiária.
Cenário corporativo e notícias políticas entram no radar
Enquanto o exterior determinou o tom do pregão, analistas também monitoraram o noticiário doméstico. Entre os destaques estavam declarações de autoridades econômicas sobre crescimento do PIB, projeções atualizadas para 2025 e debates sobre temas fiscais.
A liquidez e o fluxo internacional também foram determinantes para o comportamento das ações mais negociadas, segundo operadores consultados ao longo do pregão.
Fluxo consistente mantém o Ibovespa em trajetória ascendente
A sucessão de máximas registrada durante a sessão reforça a leitura de que o mercado brasileiro segue beneficiado pela combinação de juros internos em queda, melhora no humor global e maior procura por ativos de países emergentes.
Analistas avaliam que, se o ambiente externo continuar favorável e novas indicações de arrefecimento econômico nos EUA forem confirmadas, o Ibovespa pode seguir testando patamares inéditos — especialmente se o fluxo estrangeiro permanecer forte.
