
O Ibovespa hoje iniciou a semana em alta, recuperando parte das perdas acumuladas após o tombo da última sexta-feira. O movimento foi impulsionado pela sinalização de que Flávio Bolsonaro pode desistir da disputa presidencial, reduzindo a tensão política e abrindo espaço para ajustes nos preços dos ativos financeiros. Enquanto isso, o dólar hoje recuou para a região de R$ 5,42, refletindo menor aversão ao risco e expectativa pelos eventos decisivos da Super Quarta.
Segundo as informações dos PDFs analisados, o índice avançou 0,52%, aos 158.187,43 pontos , enquanto o dólar à vista caiu 0,20%, a R$ 5,4209 . No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em R$ 5,4220, queda de 0,23% .
Possível recuo de Flávio Bolsonaro mexe com o mercado
O estopim para o alívio parcial veio após declarações de Flávio Bolsonaro, que indicou a possibilidade de abrir mão da candidatura em troca de apoio político para tratar do tema da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A hipótese abriria espaço para o nome de Tarcísio de Freitas, favorito dentro do campo da direita.
A notícia reduziu momentaneamente o que analistas chamavam de risco Flávio Bolsonaro, fator que havia pressionado o dólar e ampliado a cautela dos investidores na sexta-feira. A nova dinâmica política ajudou o Ibovespa hoje a recuperar fôlego.
Super Quarta no foco: Selic e juros nos EUA podem redefinir tendência
A semana começou com os investidores posicionados para a Super Quarta, quando o Federal Reserve e o Copom divulgarão suas decisões de política monetária.
Nos EUA
A expectativa majoritária aponta para corte de 25 pontos-base, levando os juros para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. A probabilidade de corte subiu para 89,6%, segundo ferramenta do CME Group .
No Brasil
O Copom deve manter a Selic em 15% ao ano, com atenção total ao comunicado que pode indicar o início de um ciclo de afrouxamento em 2026. O Boletim Focus mostra projeção de dólar a R$ 5,40 no fim de 2025 e Selic a 15% neste ano, caindo para 12,25% em 2026 .
A combinação de decisões pode redefinir o comportamento do câmbio e do Ibovespa hoje, que responde diretamente ao diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
Dólar hoje recua, mas segue pressionado após volatilidade recente
Depois de disparar 2,34% na sexta-feira, o dólar oscilou abaixo de R$ 5,40 pela manhã, mas terminou o dia em R$ 5,42, ainda sob impacto dos fatores políticos internos. O mercado vê o câmbio preso em uma faixa técnica entre R$ 5,30 e R$ 5,40 nas últimas semanas, sustentado pelo juro alto no Brasil e pelo fluxo estrangeiro moderado.
Ações que mais influenciaram o Ibovespa hoje
Altas
IRB (IRBR3) subiu mais de 10% após revisão de recomendação pelo JP Morgan .
Cyrela (CYRE3) e Raízen (RAIZ4) também figuraram entre as principais altas.
Quedas
Hapvida (HAPV3) liderou as perdas, recuando quase 7% após determinação da ANS para revisar balanço regulatório, envolvendo ajuste de R$ 866 milhões no programa Desenrola .
Blue chips
Petrobras (PETR4) subiu mais de 1%, na contramão do petróleo.
Vale (VALE3) voltou a ficar abaixo de R$ 70 por realização de lucros e fraqueza do minério.
Exterior pesa, mas não impede recuperação do Ibovespa hoje
Nos Estados Unidos, os índices fecharam em leve queda:
Dow Jones: -0,45%
S&P 500: -0,35%
Nasdaq: -0,14%
Ainda assim, o movimento não contaminou a recuperação do Ibovespa hoje, que encontrou sustentação no alívio político doméstico.
Perspectivas
O comportamento do Ibovespa hoje sinaliza que o mercado continua extremamente sensível ao ambiente político e ao cenário global de juros. A volatilidade deve aumentar até a divulgação das decisões do Fed e do Copom. Para o investidor, permanece a necessidade de acompanhar atentamente os próximos desdobramentos, especialmente porque o câmbio ainda pode oscilar com forte intensidade.