Bolsa fecha no negativo; bancos amortecem queda, enquanto Vale e Petrobras pesam
O Ibovespa encerrou a quinta-feira em baixa de 0,28%, aos 142.200,02 pontos, com volume de R$ 21,10 bilhões. O índice oscilou ao longo do dia e virou no fim, pressionado por perdas em commodities e ruído fiscal doméstico; ainda assim, o setor bancário ajudou a segurar a queda. Na semana, o índice acumula alta de 1,08%, mas cai 2,76% em outubro; no ano, sobe 18,22%.
O dólar comercial cedeu 0,36%, para R$ 5,442 na compra e R$ 5,443 na venda (mínima de R$ 5,422; máxima de R$ 5,459). Lá fora, o DXY caiu 0,46%, a 98,34 pontos.
O que mexeu com o pregão
- Exterior azedo: em Nova York, Dow -0,65%, S&P 500 -0,63% e Nasdaq -0,47%. O mercado digeriu balanços positivos dos bancos, mas ficou mais sensível a sinais de aumento de inadimplência e a riscos comerciais entre EUA e China.
- Commodities em baixa: Brent -1,37% (US$ 61,06) e WTI -1,39% (US$ 57,46), pesando sobre o petróleo; minério recuou na China, atingindo siderúrgicas e Vale.
- Ouro em novo recorde: metal superou US$ 4.300 com aversão a risco em NY.
Brasil: dados, fiscal e Selic
O IBC-Br de agosto voltou a crescer após três quedas, mas abaixo do consenso, reforçando desaceleração da atividade e a leitura de política monetária restritiva por mais tempo. O BC reconhece a Selic em campo contracionista — exatamente como deseja para ancorar a inflação.
Quem segurou e quem pesou
- Bancos amorteceram a queda: BBAS3 +0,25% e BBDC4 +1,15%; ITUB4 -0,24%.
- Eletrobras e WEG em alta: ELET3 +0,45% (desinvestimentos), WEGE3 +2,70% (aquisição na infraestrutura de recarga).
- Vale e Petrobras no vermelho: VALE3 -0,92% (minério fraco), PETR4 -1,01% (petróleo em queda).
- Varejo sofreu: MGLU3 -7,97%; ASAI3 -3,57%.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Altas: WEGE3 +2,70%; CPLE6 +2,15%; AURE3 +1,99%; SBSP3 +1,89%; COGN3 +1,66%.
- Baixas: MGLU3 -7,97%; BRKM5 -6,67%; CSAN3 -4,52%; ASAI3 -3,57%; BPAC11 -3,50%.
Índices setoriais
SMLL -1,01% (2.130,84 pts), BDRX -0,68% (24.790,53 pts) e IFIX -0,22% (3.578,29 pts).
Para o investidor: como navegar
“Quando o ruído local se impõe — fiscal, inflação, juros — o investidor brasileiro precisa medir riqueza em moeda forte e diversificar com ativos globais.” — Fábio Murad, criador do método Super ETF. O plano ressalta que, entre 2015 e 2024, o CDI rendeu ~142% nominais, mas só ~38% reais; em dólar, ~4% — reforçando o risco de se concentrar no Brasil.
O mesmo princípio vale para a disciplina de longo prazo: “Os retornos de ações no longo prazo vêm do negócio — dividendos + lucros —, não de especulação de curto prazo.” — John Bogle, em O Investidor de Bom Senso, destacando o poder da capitalização dos dividendos e a vantagem estrutural de veículos de baixo custo.
Pistas táticas (sem recomendar ativos)
- Rebalanceamento: dias de aversão elevam a correlação; use para rebalancear, não para “adivinhar” topos e fundos — foco em custo baixo e diversificação ampla, como defendem Bogle e a estratégia Super ETF (SPY/VOO/QQQ para base líquida).
- Renda em dólar: para quem opera no exterior, estratégias sistemáticas (ex.: covered call sobre ETFs líquidos) podem oferecer fluxo em moeda forte, desde que com método e gestão de risco.