Resumo do dia — O Ibovespa subiu 0,55%, aos 144.872,79 pontos (+787,64), na contramão de Wall Street, onde Dow Jones (−0,71%), S&P 500 (−0,53%) e Nasdaq (−0,93%) recuaram. O dólar avançou 0,14%, a R$ 5,397, enquanto os DIs caíram em quase toda a curva. O volume negociado no Ibovespa somou R$ 17,90 bilhões.
Por que importa
- A Bolsa subiu apesar do risco externo: investidores locais privilegiaram blue chips ligadas a commodities e petróleo, além de WEG, que abriu a temporada de balanços do 3º tri.
- Nova York recuou após sinalização, via imprensa, de possíveis novas restrições dos EUA à China para softwares produzidos com tecnologia norte‑americana, somadas à espera por dados de inflação e mais balanços corporativos nos próximos dias.
- Juros futuros caíram ao longo da curva, reforçando o apetite a risco doméstico; dólar caminhou de lado a levemente positivo.
Exterior: tensão geopolítica volta ao radar
Relação EUA–China pesa em NY
Relatos citados pela imprensa internacional apontam que a Casa Branca estuda restringir exportações de softwares para a China. A incerteza, somada à expectativa por dados de inflação ao consumidor na sexta‑feira (24) e resultados corporativos, levou os índices americanos a um fechamento negativo:
- Dow Jones: −0,71% (46.590,41)
- S&P 500: −0,53% (6.699,44)
- Nasdaq: −0,93% (22.740,39)
O dólar index (DXY) ficou praticamente estável (+0,01%), a 98,94.
Commodities
- Petróleo WTI (nov): US$ 58,50 (+2,20%)
- Brent (dez): US$ 62,59 (+2,07%)
- Ouro: cedeu após dias de recordes.
- Minério de ferro (China): alta intradiária apoiou mineradoras no Brasil.
Brasil: fluxo comprador em Vale, petróleo e “tech industrial”
Vale puxa; WEG inaugura balanços e Petrobras acompanha
- Vale (VALE3) avançou +1,78% após dados de produção divulgados ontem pós‑fechamento, lidos como fortes e consistentes para o restante do ano, em cenário sustentado por minério em alta na China.
- WEG (WEGE3) abriu a temporada: +0,88% no dia de maior giro do pregão. Lucro avançou no 3T25 e margens vieram saudáveis, apesar de pressões de custos e dinâmica mais fraca em projetos longos.
- Petrobras (PETR4) subiu +1,15%, apoiada em petróleo para cima e protagonismo no leilão do pré‑sal da ANP.
Outros destaques de alta:
- IRB (IRBR3): +1,03% após avanço de lucro em agosto;
- Bancos: Itaú (ITUB4) +0,82% (máxima do dia) e Banco do Brasil (BBAS3) +0,73%.
Pressões no varejo, bebidas e saúde
- Ambev (ABEV3): −1,23%, à luz de volumes mais fracos reportados pela Heineken no 3T.
- Assaí (ASAI3): −7,08%, após rebaixamento por analistas com visão mais desafiadora para 2026.
- Fleury (FLRY3): −2,69% também sob rebaixamento; Rede D’Or (RDOR3), por sua vez, subiu +1,37%.
Corporativo e regulação
- CSN (CSNA3): −0,46% após o Cade determinar pagamento de multa de R$ 128,7 milhões em caso envolvendo Usiminas.
- Eletrobras (ELET3): −1,49% no dia do anúncio de mudança de marca para Axia Energia, com o novo ticker AXIA3 a ser adotado.
- Azul (AZUL4): −2,56%; empresa, em RJ, informou recorde de 23,7 milhões de passageiros até setembro (+5,9% a/a, segundo Anac).
Fechamento: cotações e termômetros
Índices & moedas
- Ibovespa: 144.872,79 (+0,55%) — Máx.: 145.047,73 | Mín.: 144.038,76
- Semana: +1,03% | Outubro: −0,93% | 4T25: −0,93% | 2025: +20,44%
- Dólar à vista: R$ 5,397 (+0,14%) — Mín.: R$ 5,378 | Máx.: R$ 5,413
- Bitcoin Futuro (BITFUT): −2,81%, R$ 582.280,00
Juros futuros (fechamento)
- DI Jan/26: 14,897% (+0,002 pp)
- DI Jan/27: 13,880% (−0,060 pp)
- DI Jan/28: 13,170% (−0,085 pp)
- DI Jan/29: 13,145% (−0,075 pp)
- DI Jan/31: 13,420% (−0,075 pp)
- DI Jan/32: 13,525% (−0,075 pp)
- DI Jan/33: 13,580% (−0,060 pp)
- DI Jan/35: 13,600% (−0,055 pp)
Setoriais e índices da B3
- SMLL: 2.172,39 (estável)
- BDRX: 24.757,60 (−0,29%)
- IFIX: 3.567,97 (−0,12%)
Leilão do pré‑sal e óleo em alta reforçam petróleo
A ANP arrecadou R$ 103,7 milhões em bônus na oferta de sete blocos (cinco arrematados). Petrobras e Equinor ficaram com áreas na Bacia de Campos; também houve blocos levados por Karoon e consórcio CNOOC–Sinopec. O movimento, somado ao Brent e WTI em alta, favoreceu PETR3/4 e pares do segmento (PRIO3, entre as maiores altas do dia no intraday).
Quem mais subiu e quem mais caiu no Ibovespa
Maiores altas
- VAMO3: +5,48%
- AURE3: +3,82%
- MRVE3: +3,46%
- PRIO3: +3,02%
- COGN3: +2,44%
Maiores quedas
- ASAI3: −7,08%
- FLRY3: −2,69%
- SMTO3: −2,39%
- RAIZ4: −2,08%
- ELET3: −1,49%
Mais negociadas
- WEGE3: +0,88% (39.075 negócios)
- ASAI3: −7,08% (38.513)
- VALE3: +1,78% (34.325)
- PETR4: +1,15% (30.749)
- B3SA3: +0,97% (26.918)
Política, Brasília e macro: pano de fundo do dia
- Câmbio: fluxo cambial parcial de outubro até dia 17 foi −US$ 1,514 bi (BC), puxado por saídas no canal financeiro.
- PTAX de fechamento: compra R$ 5,3892 | venda R$ 5,3898.
- Senado aprovou bagagem de mão gratuita em voos, com limites específicos.
- Cade determinou multa à CSN (R$ 128,7 mi) em caso ligado à Usiminas.
Agenda e próximos gatilhos
- Balanços 3T25 ganham tração, com foco em commodities, bancos e varejo.
- Inflação: números de preços ao consumidor nos EUA são aguardados na sexta (24) e podem mexer com Treasuries, dólar e bolsa.
- Geopolítica: expectativa por encontro Lula–Trump no domingo, na Malásia; influência sobre humor de mercados via comércio global.