
O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (25) com alta de 0,41%, aos 155.910 pontos, na segunda valorização consecutiva. O movimento marca um respiro após uma sequência de forte volatilidade e oito sessões marcadas por pressão vendedora.
A moeda brasileira também acompanhou o bom humor global. O dólar comercial recuou 0,35% e fechou em R$ 5,376, em linha com o enfraquecimento global da divisa americana. Segundo o Banco Central, os investimentos diretos no país já superam o total de 2024, elevando as expectativas para um recorde em 2025.
Wall Street sustenta o otimismo
O avanço da bolsa brasileira refletiu o ambiente externo. Em Nova York, os principais índices subiram após a retomada da divulgação de dados econômicos nos EUA, reforçando a expectativa de que o Federal Reserve pode realizar mais um corte de juros na reunião de dezembro.
As vendas no varejo americano de setembro ficaram abaixo das projeções, sugerindo desaceleração do consumo. Já o índice de preços ao produtor (PPI) registrou alta de 0,3%, em linha com o esperado.
Ron Albahary, CIO da LNW, afirmou à CNBC que as chances de corte de juros saltaram de 40% para 80% após as últimas leituras econômicas. Segundo ele, a narrativa do mercado “caminha para um corte em 10 de dezembro”, o que poderia impulsionar um rally de fim de ano.
Europa acompanha rali dos EUA
As principais bolsas europeias também fecharam em alta, acompanhando Wall Street. Os traders monitoraram os desdobramentos do Orçamento do Reino Unido e sinais de avanço em discussões que podem encerrar o conflito na Ucrânia após quase quatro anos.
Banco Central volta ao foco no Brasil
No cenário doméstico, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de audiência no Senado e voltou a reforçar que a autoridade monetária deve perseguir o centro da meta de inflação, de 3%. Ele reconheceu que, pelas projeções do Focus e da Firmus, não cumprirá a meta em nenhum momento do seu mandato.
Nilton David, diretor de Política Monetária do BC, afirmou que não há expectativa de aumento da taxa Selic no cenário-base. O debate agora se concentra em quando se iniciará o ciclo de cortes.
Petrobras cai, mas Vale e bancos impulsionam o índice
A Petrobras caiu 0,80% (PETR4), pressionada pela queda do petróleo internacional, que recuou diante das incertezas do conflito na Ucrânia. As petroleiras juniores também acompanharam o movimento: PRIO3 caiu 2,65%.
Em contrapartida, Vale (VALE3) subiu 0,78% e ajudou a puxar o Ibovespa para o campo positivo. Os grandes bancos também encerraram o dia no azul, com Bradesco (BBDC4) liderando a alta do setor com 0,80%.
O varejo também avançou, com Lojas Renner (LREN3) subindo 0,86%, movida pela expectativa para a Black Friday.
Small caps e concessões também se destacam
Ecorodovias (ECOR3) subiu 3,36% após a Artesp reconhecer desequilíbrio econômico na Ecopistas relacionado ao impacto da pandemia sobre receitas de pedágio entre 2020 e 2022.
Nas small caps, ONCO3 disparou 11,11% perto do fim do pregão, enquanto SEER3 subiu 6,54%.
Agenda e expectativas
Com o feriado de Ação de Graças nesta quinta-feira nos EUA, o volume deve diminuir. O mercado local agora volta suas atenções para o IPCA-15 de novembro, penúltima prévia inflacionária do ano, que será divulgado nesta semana