O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que pode levar a sanções dos EUA contra o Brasil, causou uma queda de mais de 3% nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) nesta terça-feira, 2 de setembro. A movimentação do mercado reflete a preocupação de que o banco estatal seja o mais afetado por eventuais penalidades internacionais. Outros grandes bancos, como Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), também registraram queda, mas de forma menos expressiva.
O impacto da política no mercado
O mercado financeiro brasileiro tem demonstrado grande sensibilidade aos desdobramentos do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a consultoria de risco político Eurasia, o julgamento já resultou em sanções dos EUA, como uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e a penalização do Ministro do STF Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky Global. O presidente dos EUA, Donald Trump, tem rotulado publicamente o julgamento como uma “acusação antidemocrática”.
A Eurasia ressalta que é provável que haja suspensão de vistos para mais autoridades brasileiras e uma interpretação mais ampla da Lei Magnitsky. A imprensa especula que a Casa Branca poderia penalizar o Banco do Brasil (BBAS3), pois é o banco estatal onde funcionários públicos, incluindo o ministro Moraes, recebem seus salários. A consultoria considera essa possibilidade plausível, embora não haja nada oficial sobre o assunto.
A situação acendeu um “sinal vermelho” para os bancos brasileiros, que se veem em uma encruzilhada: cumprir ordens do STF ou enfrentar possíveis multas e impactos em seus negócios internacionais.
Por que o investidor precisa olhar para fora
A volatilidade do mercado brasileiro, fortemente influenciada por questões políticas e macroeconômicas locais, reforça a visão de que a dependência de investimentos nacionais pode ser perigosa para a construção de riqueza no longo prazo. Conforme Fábio Murad, CEO da SpaceMoney e criador do método Super ETF, investir exclusivamente no Brasil é “a diferença entre se defender da pobreza e construir riqueza de verdade”.
Em seu Plano de Ação, Murad explica que o CDI, que acumulou 142% nos últimos 10 anos, gerou um ganho real de apenas 38% quando a inflação é descontada. Quando convertido para dólar, esse ganho se transforma em apenas 4% em uma década inteira, enquanto o índice S&P 500 subiu quase 190% no mesmo período.
“A moeda fraca, os juros reais decrescentes e a carga tributária tornam o Brasil um país hostil para a acumulação de riqueza no longo prazo”, afirma Murad. Ele defende que a dolarização de parte do portfólio é um movimento estratégico para ampliar horizontes e reduzir a dependência de um único sistema econômico.
A alternativa dos ETFs e da renda em dólar
Enquanto o mercado brasileiro enfrenta a instabilidade, o investidor global tem se beneficiado de um ambiente mais eficiente e transparente. Os ETFs americanos, por exemplo, oferecem diversificação instantânea, alta liquidez e baixo custo. Segundo Fábio Murad, esses fundos são a base ideal para quem busca gerar renda passiva em dólar.
A estratégia de Covered Call, que consiste em vender opções de compra sobre ETFs que você já possui, permite que o investidor monetize seus ativos e gere fluxo de caixa recorrente. Essa abordagem, combinada com o Stock Lending — que permite emprestar os ativos e receber juros por isso — cria uma estrutura de eficiência máxima, onde cada cota de ETF pode gerar múltiplas fontes de renda.
Para Murad, a verdadeira liberdade financeira não exige um grande capital inicial, mas sim um método confiável, um plano estruturado e, acima de tudo, constância. “A renda passiva global é mais do que uma meta financeira. Ela é a base de uma vida com mais opções, mais segurança e mais propósito”, conclui.