sábado, 20 de abril de 2024
Avaliação

Simpar tem lucro de R$ 204 mi; CFO do grupo diz que foco de crescimento deve seguir em M&A

A SIMH3, ação da holding, fechou as negociações de quinta-feira (6) em leve baixa de 0,15%, a R$ 45,70; o Ibovespa terminou o dia em alta de 0,3%

07 maio 2021 - 08h50Por Investing.com

Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com - A Simpar (SA:SIMH3), holding que controla companhias como JSL Logística (SA:JSLG3), Movida (SA:MOVI3) e Vamos (SA:VAMO3), reportou lucro líquido de R$ 204 milhões no primeiro trimestre - alta de 145% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Tal resultado, conforme explica Denys Ferrez, CFO do grupo, foi obtido pelos números apresentados pelas seis subsidiárias: além das três mencionadas, o grupo controla ainda a CS Brasil, a Original e a BBC, que não são listadas na bolsa de valores.

A SIMH3, ação da holding, fechou as negociações de quinta-feira (6) em leve baixa de 0,15%, a R$ 45,70 - na contramão do Ibovespa, que terminou o dia em alta de 0,3%, aos 119.921 pontos.

Falando sobre a JSL, braço de logística do grupo, Ferrez destaca a receita bruta recorde de R$ 1 bilhão, a alta de 88% no lucro operacional, e recorde também no lucro líquido ajustado. Tudo isso, na visão do CFO, indica “que ela está usufruindo da normalização dos mercados, mas também da estratégia de aquisição”.

O crescimento por meio de M&As tem sido um grande foco da estratégia da JSL e, segundo Ferrez, deve continuar sendo prioridade. Ao longo do primeiro trimestre duas empresas foram adquiridas. “É uma vertical de crescimento que acreditamos para a logística”, explica. 

A Vamos, subsidiária de locação de caminhões e veículos pesados, também apresentou lucro recorde, de R$ 73 milhões, no mesmo trimestre em que passou por seu IPO. Essa é outra das principais apostas da holding: o backlog de contratos da Vamos já atingiu R$ 4,2 bilhões, alta de 34% em relação ao fim de 2020.

O IPO da Vamos foi um dos grandes destaques da Simpar no primeiro trimestre. Após duas tentativas, uma interrompida por questões de precificação e outra pela pandemia, a empresa se tornou pública em fevereiro e, desde então, suas ações valorizaram 49,79%.

Em relação a esse crescimento, Ferrez declara: “Imagino que talvez o mercado esperasse alguma coisa boa, mas menor do que está sendo entregue. A única leitura que eu tenho é essa.” O papel fechou o pregão de quinta-feira em baixa de 0,19%, a R$ 46,51.

Finalmente, em relação à Movida, o lucro líquido reportado também foi recorde, de R$ 110 milhões, praticamente duas vezes o resultado do primeiro trimestre de 2020. Sua ação terminou o dia em queda mais forte, de 2,27%, a R$ 106,36.

Outro destaque do período foram a captação combinada, pela Simpar e pela Movida, de mais de R$ 6,5 bilhões em bonds ligados à sustentabilidade - os primeiros emitidos no setor em todo o mundo. Isso, destaca Ferrez, permitiu à companhia dobrar o prazo de sua dívida líquida, que agora alcançou 8,5 anos. “Isso dá, ao grupo como um todo, tranquilidade para continuar focando no desenvolvimento e no crescimento de todos esses negócios”, explica Ferrez.

Para além da expansão da JSL Logística por meio de aquisições, Ferrez acredita na tendência de aumento do aluguel em detrimento da propriedade de veículos como um fator de crescimento para a companhia. Outro indicativo de potencial de crescimento, segundo Ferrez, é o potencial de consolidação do setor de logística: “O mercado do Brasil se mostra muito fragmentado. A JSL Logística é a maior do Brasil em logística rodoviária, e não temos nem 1% do mercado. Nos EUA e na Europa, o maior tem em torno de 8% a 10%”, exemplifica.

Além disso, a Vamos, na análise de Ferrez, atua em um segmento inexplorado no Brasil e que tem muito potencial. Outra iniciativa nesse sentido é a aposta da Movida no aluguel de veículos novos a pessoa física no longo prazo.