sexta, 03 de maio de 2024
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Sabesp: Presidente da Câmara de SP afirma que cidade não renunciará a participação na privatização

Milton Leite (União Brasil) diz que capital paulista está determinada em ter uma participação decisiva dentro das discussões sobre venda da companhia de saneamento básico do estado

28 novembro 2023 - 17h10Por Redação SpaceMoney

Nesta terça-feira (28), o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil), enfatizou a determinação da cidade em ter uma participação decisiva nas discussões sobre a privatização da Sabesp, a companhia de saneamento básico do estado.

Durante um evento com empresários na capital paulista, Leite destacou a complexidade da privatização da Sabesp, apontando para questões relativas à concessão de terra e água no estado. Ele ressaltou a importância do município ter voz ativa nesse processo.

"Apesar de a Sabesp ser uma empresa controlada pelo governo estadual e não pela administração municipal, a exploração da água e do esgoto é uma prerrogativa do município. Estamos trabalhando para resolver essa questão, que é o maior leilão do mercado atualmente", afirmou.

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) prevê a possível aprovação da privatização da companhia de saneamento na próxima semana, conforme avaliação dos deputados. O projeto de lei foi aprovado em comissões da Casa na última quarta-feira (22) e segue para o plenário.

O processo de privatização é conduzido pelo governo por meio de um projeto de lei ordinária, demandando apenas 48 votos do total de 94 deputados em plenário. A base do governo afirma ter apoio suficiente para a aprovação.

Leite salientou a complexidade da situação, destacando que as áreas onde estão localizadas as principais fontes de água da cidade, como as represas de Guarapiranga e Billings, pertencem ao governo estadual. Ele enfatizou a preocupação com a divisão de interesses entre diferentes esferas governamentais.

O presidente da Câmara também levantou questões sobre transparência e métricas para a venda, mencionando a falta de clareza sobre o valor das ações, os investimentos previstos e outros aspectos essenciais do processo de privatização.

Apesar da pressa do governo em concluir o processo, Leite ressaltou que não há um prazo definido para a finalização da privatização. Ele enfatizou a necessidade de respeitar o tempo do contrato entre o município e o governo estadual.

Desde 2010, existe um convênio entre o estado, a Arsesp e a Sabesp para regular a oferta compartilhada de serviços de abastecimento de água e esgoto na cidade de São Paulo. No entanto, a possível privatização da Sabesp implicaria na renegociação desse acordo.

Em agosto, o prefeito Ricardo Nunes incluiu a cidade em uma das Unidades Regionais de Abastecimento de Água e Esgotamento (Uraes), estratégia do governo para negociar os contratos da Sabesp privatizada em bloco. Contudo, os vereadores afirmam que o contrato precisará ser renegociado mesmo com essa inclusão.

A Câmara Municipal mantém uma Comissão Especial para Estudos Relativos ao Processo de Privatização da Sabesp, evidenciando um interesse cauteloso mesmo entre parlamentares que compõem a base do governo.