domingo, 28 de abril de 2024
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Petrobras (PETR3)(PETR4): possível novo corte nos preços da gasolina entra no radar do mercado

Economistas acreditam que medida impactaria negativamente no IPCA de 2023

14 novembro 2023 - 09h15Por Redação SpaceMoney
Preços de combustíveisPreços de combustíveis - Crédito: Ricardo Moraes, para a agência Reuters

O mercado financeiro está em alerta com a possibilidade de um novo corte nos preços da gasolina pela Petrobras (PETR3)(PETR4) ainda este ano. 

Para a maioria dos economistas, esse ainda não é o cenário básico e calculam um potencial de impacto negativo de 0,10 a 0,20 ponto porcentual no IPCA deste ano, a depender da magnitude do corte, caso ocorra.

Dados da Abicom, associação que representa os importadores de combustíveis, captam o espaço para uma redução dos preços. 

No dia 19 de outubro, quando a Petrobras anunciou o último corte da gasolina, o combustível era vendido aqui 2% abaixo da paridade internacional. Já na última sexta-feira (10), era negociado pelo mesmo preço do exterior.

Na última sexta, o diretor de comercialização e logística da petroleira, Claudio Schlosser, disse que a consolidação dos preços internacionais de gasolina em “outro patamar”, estruturalmente, poderia levar a um novo reajuste aqui. 

No entanto, lembrou que a empresa já cortou os preços em outubro e não antecipou uma nova redução.

“Tem uma chance bem significativa de termos um corte esta semana ou na próxima, porque, desde o último corte, tivemos uma queda média de 10% nos preços da gasolina internacional, e o real se valorizou”, diz o economista Luís Menon, da Garde Asset. “Já faz um mês desde o último corte, e essa tem sido a periodicidade adotada pela Petrobras”, completa.

Para o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, a defasagem vista hoje não mostra espaço para um novo corte nos preços de gasolina. 

Porém, ele diz que, se o dólar se mantiver comportado em relação ao real até o fim do ano e se não houver uma alta forte dos preços de petróleo, é possível haver um reajuste negativo de até 5%, com impacto negativo de 0,10 ponto porcentual no IPCA.

“Não é que a minha projeção para o IPCA tenha viés de baixa por causa disso, mas esse é um dos riscos de baixa para o IPCA de 2023, assim como o comportamento dos alimentos é um risco de alta”, afirma Serrano, que espera um IPCA de 4,6% este ano, sem considerar uma nova redução dos preços de combustíveis.