segunda, 29 de abril de 2024
Bolsa de Valores

O que esperar da Bolsa e dos ativos de risco para dezembro

O gestor de fundos de hedge Bill Ackman prevê que o Federal Reserve (FED) reduzirá as taxas de juros de forma mais acentuada do que o mercado espera, caso contrário, a economia pode enfrentar dificuldades.

30 novembro 2023 - 09h48Por Redação SpaceMoney

O que está fazendo preço nos ativos de risco é a taxa de juros americana de 10 anos. Os juros globalmente estão virando.

O renomado gestor de fundos de hedge Bill Ackman, estima que o Federal Reserve (Fed) irá reduzir os juros em uma velocidade mais acentuada, do que o mercado espera ou a economia irá sofrer um “pouso forçado”, segundo a Bloomberg News.

Ackman fundou a gestora Pershing Square e ele prevê que o FED deve começar a cortar os juros já no primeiro trimestre de 2024 e o consenso do mercado é de que os cortes comecem em julho.

Quem será que irá acertar essa projeção? Ele acredita que as taxas em 5,5% ao ano é muito elevada com uma inflação de 3%. E, claro, isso tem impacto direto no desempenho das empresas e consequentemente na precificação dos preços das ações.

E, segundo ele, caso o FED não antecipe o corte nas taxas de juros, existe o risco do “pouso forçado”, pois ele já identifica uma queda na atividade na economia.

Um dos fatores que vem contribuindo para a performance na bolsa de valores no mês de novembro são, sem dúvida, os dados de inflação que estão sendo divulgados no mundo inteiro e o pano de fundo é a expectativa do chamado “pouso suave”.

A pré-condição para o pouso suave ocorra é que o mundo passe por um processo de desinflação saudável. E o mundo está vendo isso.

Os dados de inflação ao redor do mundo estão corroborando com esse cenário. E esses dados demonstram que os principais Bancos Centrais do mundo já fizeram o trabalho que tinha que ser feito e estão conseguindo controlar a inflação.

A discussão agora é quando que terão início os cortes nas taxas de juros globalmente e, em especial, nos Estados Unidos.

Segundo Roberto Motta, da Genial Investimentos, estamos vendo uma mudança sutil dos membros FED. E essa mudança tem que ter fundamento, que, no caso, é a desaceleração saudável da economia, conhecido como “pouso suave”, juntamente com uma desaceleração do processo de inflação.

 

 

É devido a esses fatores que as Bolsas de Valores estão performando tão bem no mês de novembro. Os juros americanos, que antes estavam em 5%, agora estão perto de 4,25%. 

 

E como devem performar as bolsas emergentes, especialmente a brasileira em dezembro?

Claro que para que o rali continue por aqui, precisamos de entrada de capital estrangeiro. E também de que os fundos locais aumentem a sua posição de Bolsa Brasileira.

 

 

E notem que o dinheiro parado no CDI americano está em recordes históricos, segundo o gráfico acima.

De acordo com o chefe de renda variável do Goldman Sachs para a América Latina, Facundo Vázquez, os mercados de venda de ações na região devem apresentar melhora nos últimos dois trimestres de 2023, devido à possibilidade de queda nas taxas de juros em alguns países.

Vázquez destacou que a região está em uma posição favorável para se beneficiar dos cortes nas taxas de juros, uma vez que começou a aumentá-las antes dos Estados Unidos há mais de um ano, e em alguns países a inflação está no pico ou até mesmo começando a cair.

Dados compilados pela Bloomberg mostram que as vendas de ações na América Latina caíram 63% até o momento neste ano, totalizando US$ 11,6 bilhões.

Após as empresas brasileiras levantarem mais de US$ 16 bilhões por meio de ofertas públicas iniciais em 2021, esse número caiu para zero em 2022. Além disso, as empresas mexicanas não concluíram nenhuma oferta pública inicial desde janeiro de 2018.

Vázquez também mencionou que a invasão da Ucrânia pela Rússia possui "vantagens competitivas" para os países da América Latina, uma vez que muitos deles se beneficiam dos altos preços das commodities, como petróleo, soja e metais.

Além disso, esses países podem atrair fluxos de investimentos anteriormente direcionados para a Rússia ou China.

O chefe de renda variável do Goldman Sachs destacou ainda que, nos próximos anos, há otimismo em relação aos mercados emergentes, já que eles tendem a se sair bem durante os superciclos das commodities, resultando em um aumento no fluxo de capital para a região.

É preciso ficar atento nos investimentos, pois a bolsa subiu muito em novembro. Mas os dados estão positivos para o Brasil e existe grande chance do rali continuar.