sexta, 26 de abril de 2024
Repercussão

Netflix (NFLX34): BDRs caem mesmo após companhia perder menos assinantes do que o esperado

Houve uma variação líquida de -970.000 usuários pagantes do serviço de streaming, em comparação com +1,54 milhão no mesmo trimestre do ano passado, enquanto os analistas estimavam uma perda de 2 milhões

20 julho 2022 - 11h38Por Redação SpaceMoney

Às 11:18, os BDRs de Netflix (NFLX34) caíam 2,34%, ao preço de R$ 22,49, mesmo após a gigante do streaming perder menos assinantes do que o esperado.

A Netflix informou que houve uma variação líquida de -970.000 usuários pagantes do serviço de streaming, em comparação com +1,54 milhão no mesmo trimestre do ano passado, enquanto os analistas estimavam uma perda de 2 milhões.

As assinaturas de streaming totalizaram 220,67 milhões no período, uma alta de 5,5% a/a e acima das estimativas consensuais de 220,2 milhões.

Destaques

A Netflix apurou um LPA de US$ 3,20, em comparação com US$ 2,97 no mesmo período do ano passado, superando a projeção consensual de US$ 2,91. A receita foi de US$ 7,97 bilhões, uma alta de 8,6% a/a, mas ficou abaixo da estimativa consensual de US$ 8,04 bilhões,

A margem operacional ficou em 19,8%, ante 25,2% no mesmo trimestre do ano passado, abaixo da projeção dos analistas de 21,4%.

Para o 3º tri, a Netflix espera registrar uma variação líquida positiva de 1 milhão de assinaturas de streaming, inferior às estimativas de consenso de +1,8 milhão.

A empresa espera faturar US$ 7,84 bilhões no 3º tri, enquanto os analistas esperavam US$ 8,1 bilhões. A NFLX prevê um LPA de US$ 2,14 no 3º tri, abaixo das estimativas dos analistas de US$ 2,72.

A expectativa é que as assinaturas de streaming fiquem perto de 221,67 milhões no atual trimestre, levemente abaixo da projeção consensual de 222,2 milhões.

A Netflix projeta uma margem operacional de 16% no 3º tri, em comparação com as expectativas de 20,1% dos analistas. Para todo o ano, a prestadora de serviços de streaming espera ter uma margem operacional na faixa de 19% a 20%, enquanto os analistas consideravam uma taxa de 19,5%.

Stranger Things

A nova temporada de Stranger Things registrou um recorde de 1,3 bilhão de horas visualizadas nas primeiras quatro semanas, o que a faz ser a maior temporada da Netflix na história da televisão inglesa. A companhia agora está trabalhando para monetizar mais de 100 milhões de domicílios que usam a Netflix, mas não pagam diretamente pelo serviço.

“Nosso desafio e oportunidade é acelerar nossa receita e o crescimento do número de assinaturas, sem deixar de melhorar nosso produto, conteúdo e marketing, como fizemos nos últimos 25 anos, além de monetizar melhor nossa grande audiência”, declarou a companhia em uma carta aos acionistas.

Recomendações

Um analista da Stifel atualizou sua recomendação para Netflix de neutra para compra, com um preço-alvo de US$ 250, uma alta em relação ao alvo anterior de US$ 240.

A atualização ocorre em meio à estabilização da base de assinantes da empresa, já que agora é “cada vez menos provável” que haja um período prolongado de perdas de assinantes.

“O foco dos investidores agora pode mudar para a viabilidade das iniciativas de crescimento da Netflix, inclusive a monetização do compartilhamento de senhas e a introdução de um nível de serviço baseado em anúncios, o que deve ocorrer no próximo ano. Para revigorar o crescimento, a Netflix precisará resolver problemas de acessibilidade de custos em mercados emergentes e aumentar a monetização em mercados relativamente maduros. A companhia possui diversas alavancas bem definidas para resolver essas questões, com uma gestão comprovada e melhor dinâmica de FCL. Enxergamos vários catalisadores potenciais em um período de vários anos, enquanto a gerência realinha o negócio para sua próxima fase de crescimento”, disse o analista em sua nota de atualização.

O analista também vê um valuation “atraente” para uma “empresa dominante, com uma considerável opcionalidade à frente”.

Para um analista do Morgan Stanley (NYSE:MS) (BVMF:MSBR34), a Netflix ainda precisa mostrar resultado. O analista elevou o preço-alvo de US$ 220 para US$ 230, após a empresa de streaming perder menos assinantes do que o esperado.

“A ambição da Netflix é acelerar o crescimento de receita e, ao mesmo tempo, moderar o crescimento do seu investimento em conteúdo. Se tiver sucesso, as ações podem ter um bom desempenho. No entanto, ainda está começando a implementar iniciativas de monetização, e seu sucesso ainda não está precificado, tampouco umo fracasso”, escreveu o analista em nota aos clientes.

Reportagem de Senad Karaahmetovic, da Investing.com.