O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, afirmou na última quarta-feira (22), que o presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva (PT), "será bem-vindo" na cerimônia de posse que será realizada no dia 10 de dezembro em Buenos Aires.
Milei disse durante a disputa eleitoral que, se fosse eleito, não iria se reunir com Lula e afirmou que o petista era "comunista" e "corrupto". Agora, ele justificou a fala dizendo que "houve curtos-circuitos na campanha".
As declarações que exibem o arrependimento de Javier foram feitas em entrevista ao canal argentino Todo Notícia.
“Se Lula quiser vir à minha posse será bem-vindo. Ele é o presidente do Brasil”, disse Milei. "É um grande parceiro de negócios e é o presidente”, completou.
Jair Bolsonaro (PL) afirmou à coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, que vai manter seu planejamento de ir à posse de Milei na Argentina mesmo depois das declarações.
"Nada muda", diz o ex-presidente. "Para mim, o Lula não existe. Ele faz a parte dele lá, eu faço a minha. Não vou brigar com ninguém."
"Agora, se o Lula for lá [na posse], vai ser vaiado. Ele tem que se mancar", continua Bolsonaro.
Ele diz entender que Milei precisa convidar Lula. "Faz parte do protocolo, ele precisa acalmar as coisas", afirma. "Mas será que o Lula vai? Ele gosta de lugares em que estão o [presidente venezuelano] Nicolás Maduro, o [presidente nicaraguense Daniel] Ortega", completa.
A possibilidade de Lula ir à cerimônia é improvável, segundo ministros do governo disseram à coluna.