O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,26% em setembro. O indicador, considerado a inflação oficial do país, foi divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mercado esperava um avanço maior no índice, de 0,32%.
Em doze meses o IPCA sobe 5,19%, enquanto acumula alta de 3,50% no ano. No mês, o avanço foi puxada pelo grupo de Transportes (combustíveis e passagem aérea), com alta de 2,8% na gasolina. No lado das quedas, o destaque foi o grupo de Alimentação e bebidas, com preços recuando pelo quarto mês consecutivo. Aves e carnes recuaram 1,0%.
O head de renda variável da A7 Capital, Andre Fernandes, acredita que os combustíveis devem continuar dando o "tom" do IPCA no próximo mês. "Como o petróleo voltou a subir por conta da guerra, pode haver novos reajustes nos preços da gasolina e diesel pela Petrobras", pontua.
O dado desta quarta-feira também servirá como base para o Banco Central (BC) em suas próximas reuniões. João Savignon, head de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, afirmou que o dado reforça a dinâmica recente da inflação brasileira e o plano de voo BC no ciclo de cortes de juros.
No último dia 20 de setembro, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) reduziu a taxa em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano. A autarquia indicou que deve seguir o mesmo ritmo nas próximas decisões.
Para o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, o indicador corrobora a tese da casa de que a inflação continua numa trajetória baixista. Sung também destaca que o boletim Focus continua mostrando estabilidade das expectativas de inflação, principalmente, para períodos mais longos.
"O Banco Central enxerga uma melhora no cenário, mas é preciso que a inflação continue dando sinais claros de convergência para meta, principalmente, as medidas subjacentes", afirma.