domingo, 05 de maio de 2024
Ibovespa

Ibovespa vai atingir 130 mil pontos em 2023? Veja análise

Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, julga ser difícil cravar um número para o índice, mas para ele, é seguro defender que o cenário é benéfico

30 novembro 2023 - 10h57Por Redação SpaceMoney

Em novembro de 2023, houve uma notável melhora no interesse por investimentos em ações do Ibovespa, segundo um levantamento da XP Investimentos.

Apesar disso, o estudo revela, paralelamente, um aumento na preocupação com o risco fiscal doméstico durante o mesmo período. 

De acordo com os resultados, 40% dos assessores indicaram que seus clientes têm a intenção de aumentar sua exposição em renda variável, representando um aumento de 37%.

O time de analistas da XP atribuem essa tendência principalmente à queda nas taxas de juros, especialmente a taxa de juros da Treasury de 10 anos e o fechamento da curva de juros no Brasil.

Conforme a pesquisa, os setores preferidos pelos assessores de investimentos no Ibovespa são os mais defensivos, como elétricas, saneamento e financeiro.

Em contrapartida, transporte e educação permanecem entre os setores menos recomendados. Quanto aos principais riscos para a Bolsa brasileira, a preocupação com a política fiscal foi apontada como a mais significativa, aumentando de 28% para 46%.

Outras preocupações incluem a possibilidade de recessão nos EUA e uma política monetária mais restritiva nos mercados desenvolvidos. Além disso, os riscos geopolíticos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, e o conflito entre Israel e Hamas, também foram destacados.

Para o próximo ano, aproximadamente 39% dos assessores acreditam que o Ibovespa encerrará 2024 entre 120 mil e 130 mil pontos, com uma média de 125 mil pontos ao final do ano. Aqueles que preveem o índice abaixo dos 120 mil pontos representam 29%. 

 

Movimentos dos últimos dias 

A gestora Equus analisa que esse movimento de alta recente teve início nos últimos dias de outubro e coincidiu com uma série de fatores locais e globais, principalmente ligados à inflação e comportamento das taxas de juros. 

A casa afirma que o principal destaque é que a inflação no Brasil e no mundo deu sinais de arrefecimento e abriu a porta para reduções nas taxas de juros não apenas no Brasil, cujo movimento de cortes começou em agosto, mas também no mundo. 

Além disso, perspectivas melhores para a economia brasileira e os preços atuais das empresas na bolsa também contribuem fortemente para uma recuperação do valor de mercado das empresas listadas.

“Embora seja difícil cravar um número para o índice, como os 130 mil pontos, é seguro defender que o cenário para ele é benéfico”, afirma Felipe Vasconcellos, sócio da gestoral.

 

Rali de fim de ano?

Em relação à possibilidade de um rali de fim de ano, a casa destaca que, estatisticamente falando, existe uma chance maior de acontecer. “Eles são mais comuns do que se pensa”, frisa, acrescentando que de 2010 até 2022 o rendimento do Ibovespa em dezembro superou a média dos meses anteriores em 54% desses anos. 

"Este dado é ainda mais significativo quando ampliamos a janela de tempo: desde o início do milênio, de 2000 a 2022, em 65% dos anos, dezembro apresentou um rendimento superior à média anual. Esses números destacam a consistência do rali de fim de ano ao longo das duas últimas décadas”, destaca.

Também afirma que a queda de juros contribui para reduzir o custo financeiro das empresas, facilitando a contratação e pagamento de operações de crédito, o que dá mais fôlego financeiro para elas investirem em novos projetos e terem margens mais saudáveis. “Além disso, à medida que investimentos em renda fixa começam a perder sua atratividade relativa a investimentos mais arriscados, como em ações de empresas listadas, é natural que haja uma migração de capital para este tipo de investimento”, conclui Vasconcellos.