domingo, 12 de maio de 2024
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Ibovespa B3 completa 55 anos: veja 10 curiosidades sobre o índice

Cesta teórica soma R$ 3,3 trilhões em valor de mercado, com 86 ativos em sua composição

13 junho 2023 - 13h30Por Redação SpaceMoney
 - Crédito: Divulgação

O Ibovespa B3, principal índice de ações do mercado brasileiro, completa 55 anos em 2023 com 86 ativos e um valor de mercado somado de R$ 3,3 trilhões.

O índice funciona como um grande termômetro da economia nacional. Ele mede o desempenho das ações mais negociadas na bolsa do Brasil, e demonstra a valorização ou desvalorização média das empresas no dia.

 

"Cerca de 80% de todo o volume negociado em ações na bolsa pode ser capturado pelo Ibovespa. Por isso que os principais eventos econômicos, políticos e setoriais se refletem no índice", afirma Henio Scheidt, gerente de Índices da B3, que acrescenta que ele tornou-se um parâmetro de rentabilidade para investidores não só no Brasil como no mundo todo.

 

Veja curiosidades:

 

  1. Ibovespa B3 no mundo: Entre as opções de produtos no exterior estão os contratos futuros de Ibovespa negociados nos Estados Unidos e o ETF (fundo de investimentos listados em bolsa que replicam o desempenho de um índice de referência) negociado no Japão.
     
  2. Maiores altas: A maior alta para um dia, de 36,05%, foi registrada no dia 4 de fevereiro de 1991, início do Plano Collor 2, que veio carregado de uma expectativa de controle da inflação desenfreada da época, aliado à abertura da bolsa a investidores estrangeiros. Recentemente, a maior alta (a 14ª maior da história do índice) foi registrada no dia 13 de março de 2020, de 13,90%. Em dias anteriores, o índice havia registrado quedas importantes com o nervosismo do mercado quanto a pandemia da Covid-19, que fez a bolsa acionar o mecanismo de Circuit Breaker seis vezes, em menos de 10 dias.
  3. Maiores quedas: A maior queda, de 22,26%, foi registrada no dia 21 de março de 1990, quando o Plano Collor foi anunciado. Recentemente, a maior queda foi de 13,92%, em 16 de março de 2020, repercutindo a incerteza diante da pandemia.
  4. Circuit Breaker: Foi acionado pela primeira vez em 1997. O mecanismo funciona para proteger o mercado e acalmar os investidores em momentos de crise ou grande instabilidade no cenário local e mundial, que levam a quedas bruscas na bolsa. 

 

O procedimento interrompe a negociação de ativos negociados em bolsa por trinta minutos sempre que o Ibovespa B3 atinge queda de 10% em relação ao fechamento do dia anterior.

Após reabertas as negociações, uma nova oscilação negativa de 15%, também em relação ao dia anterior, interrompe as negociações por mais uma hora e, se voltar a cair até 20%, as negociações podem ser interrompidas por período estabelecido pela B3.

Desde que foi implementado, o Circuit Breaker já foi acionado vinte e três vezes, com dezenove paradas de 30 minutos e quatro paradas de 1 hora. O terceiro estágio nunca foi acionado.

 

 

 

5. Quantidade de ativos: A carteira atual do Ibovespa B3, composta de 86 ativos, desponta como uma das maiores da série histórica. Só na década de 80, a quantidade registrada foi superior, com 139 ativos, dado que os critérios de elegibilidade eram diferentes dos atuais.

 

6. Distribuição setorial: O setor de Materiais Básicos (mineração, siderurgia, madeira e papel etc) lidera a distribuição, com 19 ativos, seguido pelo de consumo cíclico (construção civil, utilidade doméstica, vestuário etc), com 17.

Já na carteira de janeiro de 2020, o setor Financeiro representava a maioria do Ibovespa B3, com 15 ativos de um total de 73. Os setores de Saúde e Tecnologia da Informação ganharam representantes no índice em 2020.

 

7. Surgimento do índice: Em janeiro de 1968, a então Bolsa de Valores de São Paulo adotou metodologia criada em 1960 pelo professor Mário Henrique Simonsen e adaptada em 1966 pelo então superintendente executivo técnico da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Luiz Sérgio Coelho de Sampaio.

O economista concebeu e implantou várias alterações metodológicas no antigo índice, conhecido como IBV, e tornou variável o número de ações componentes da carteira, com a introdução dos ajustes decorrentes dos eventos (dividendos, bonificações, etc.) ocorridos com as ações selecionadas.
 

As mudanças de carteiras seriam feitas a cada quatro meses porque assim as duas primeiras cairiam depois dos feriados de 1º de janeiro e 1º de maio.

Esse dia sem pregão era fundamental para que houvesse tempo de refazer os cálculos e anunciar a nova composição da carteira. Até hoje, a carteira tem sido revisada quadrimestralmente, em janeiro, maio e setembro.

 

8. Pontuação - Quando o Ibovespa B3 surgiu, atribuiu-se a ele o número 100. Os pontos cresceram tanto nos últimos 55 anos, motivados pela valorização das companhias, as trocas de moedas e a inflação, que a B3 optou por reduzir a pontuação em 11 ocasiões.

As "divisões" aconteceram nas situações abaixo, quando o índice estava atingindo um valor que dificultaria sua distribuição e replicabilidade dos produtos financeiros.

 

Adequação

Data

Divisão por 100

03/10/1983

Divisão por 10

02/12/1985

Divisão por 10

29/08/1988

Divisão por 10

14/04/1989

Divisão por 10

12/01/1990

Divisão por 10

28/05/1991

Divisão por 10

21/01/1992

Divisão por 10

26/01/1993

Divisão por 10

27/08/1993

Divisão por 10

10/02/1994

Divisão por 10

03/03/1997

 

9. Revisão: a metodologia do índice foi aperfeiçoada em 2014 para acompanhar a evolução do mercado. Foram alteradas, entre outras, regras de ponderação, negociação, limite de participação por empresa e exclusão de ativos em caso de suspensão da negociação ou atingimento de valor abaixo de R$ 1.

 

10. Como investir no Ibovespa B3 - Por ser uma cesta representativa das ações mais negociadas, muitos produtos financeiros têm como objetivo simular a carteira do Ibovespa B3 para que o resultado do investidor espelhe a variação do índice. Como o caso de 8 ETFs e quase 1.400 fundos de investimento.

Outros produtos atrelados ao índice são os contratos futuros e opções.

 

 

Tags: B3, Ibovespa