domingo, 28 de abril de 2024
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Gastos do consumidor desaceleram e oferta no mercado de trabalho aumenta, apontam diretores do Fed

Christopher Waller e Michelle W. Bowman expressam suas opiniões diante dos indícios iniciais de uma desaceleração nos gastos do consumidor nos Estados Unidos

28 novembro 2023 - 14h55Por Redação SpaceMoney

O conselheiro do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, expressou otimismo nesta terça-feira (28), diante dos indícios iniciais de uma desaceleração nos gastos do consumidor nos Estados Unidos, ao mesmo tempo, em que observa um notável aumento na oferta de emprego.

Durante um evento promovido pelo Instituto Empresarial Americano, Waller afirmou que há argumentos econômicos sólidos para a possível redução das taxas de juros pelo Fed, caso a tendência de queda nos preços ao consumidor persista nos próximos meses. Ele enfatizou que a política monetária atual está contribuindo de forma significativa para a rápida melhoria da inflação.

Waller destacou que os gastos do consumidor estão desacelerando, enquanto há um notável incremento na oferta de empregos. Entre os fatores que contribuem para esse cenário de menor restrição no mercado de trabalho, ele apontou o aumento da imigração e o retorno das mulheres ao mercado profissional.

O conselheiro do Fed comentou sobre o terceiro trimestre, ressaltando um crescimento robusto, porém, prevê uma moderação da atividade econômica nos próximos meses. Ele citou dados de outubro que indicaram uma desaceleração na atividade, alinhados às projeções para o quarto trimestre, que apontam para uma moderação mais condizente com os avanços na redução da inflação.

Waller enfatizou que, apesar dos sinais de desaceleração, a inflação permanece em níveis elevados. Ele expressou cautela quanto à sustentabilidade da desaceleração em curso, afirmando que os dados a serem recebidos nos próximos meses serão cruciais para determinar essa tendência.

Sobre a estabilidade da economia, Waller reconheceu a possibilidade de choques imprevisíveis, mas destacou que, no caso do mercado de imóveis comerciais, uma reavaliação está prevista, porém, será antecipada e não representará um "choque". Ele expressou certa hesitação em confiar no crescimento da produtividade como base para a política monetária, considerando tal abordagem prematura.

Por outro lado, a conselheira do Federal Reserve, Michelle W. Bowman, apesar de ter apoiado a manutenção das taxas de juros na última reunião do comitê de política monetária do BC americano, expressou a crença na necessidade de elevar ainda mais as taxas e manter uma política restritiva para alcançar a convergência da inflação dos Estados Unidos para a meta de 2%.

Bowman destacou que, embora os dados recentes tenham mostrado um abrandamento das pressões inflacionárias, os níveis de inflação ainda permanecem altos, com leituras recentes em 12 meses acima de 3%.

A conselheira reconheceu o crescimento acelerado da atividade econômica no terceiro trimestre, mas também observou um ritmo ligeiramente mais lento nos ganhos do mercado de trabalho no relatório de emprego mais recente.

Ela reiterou que a política monetária não segue um curso predefinido e continuará a monitorar atentamente os dados econômicos para avaliar as implicações futuras. Bowman destacou as incertezas que influenciarão suas decisões futuras, incluindo melhorias nas cadeias de abastecimento, aumentos na participação da força de trabalho e os preços mais baixos da energia.

A conselheira também alertou para o risco de os preços mais elevados da energia, nos próximos meses, possivelmente reverterão parte dos recentes progressos obtidos pelas melhorias no lado da oferta para reduzir a inflação global.