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Aqui está o que movimenta os mercados na sexta-feira, 28 de maio

28 maio 2021 - 08h56Por Investing.com

Por Peter Nurse e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - CPI da Covid continua no páreo das manchetes brasileiras, enquanto o presidente americano Joe Biden deve revelar pesados gastos federais no próximo orçamento.

O BCE tem que decidir sobre a compra de títulos, enquanto o indicador de inflação favorito do Fed será divulgado agora pela manhã. A reunião da OPEP na próxima semana se aproxima, enquanto as ações sobem com otimismo pela recuperação econômica.

Aqui está o que movimenta os mercados na sexta-feira, 28 de maio.

1. Vacinas e lockdowns
O foco dos principais jornais no dia é o depoimento do diretor do Instituto Butantan, o médico Dimas Covas, que relatou que, no fim de 2020, o Butantan tinha 5,5 milhões de doses do imunizante prontas e 4 milhões em processamento que poderiam ser utilizadas no Programa Nacional de Imunização (PNI).

Segundo ele, a primeira oferta de 60 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde foi feita em julho de 2020, para entrega no último trimestre do mesmo ano, mas não houve avanços. O documento foi enviado em 30 de julho de 2020. “Em agosto, além de reforçar o ofício, solicitamos apoio financeiro do ministério para apoiar o estudo clínico, com previsão de custo de R$ 100 milhões, e para reformar a fábrica”, afirmou o médico.

Já o presidente Jair Bolsonaro entrou nesta quinta-feira com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar restrições impostas por governadores do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraná para evitar o avanço da Covid-19 nesses Estados.

2. Grande Orçamento Biden
O presidente Joe Biden deve anunciar nesta sexta o orçamento federal dos EUA, que pode aumentar os gastos federais para US$ 6 trilhões no próximo ano fiscal, de acordo com o New York Times.

Tal proposta, que elevaria os gastos federais aos níveis mais altos desde a Segunda Guerra Mundial, terá que passar por um Congresso dividido, onde os democratas detêm apenas uma estreita maioria na Câmara e no Senado.

Os novos gastos do presidente se destinam a financiar grandes investimentos em infraestrutura tradicional e em tecnologia verde, considerados cruciais para aumentar a competitividade do país globalmente, bem como impulsionar o acesso a faculdades comunitárias, licenças familiares e creches.

A proposta certamente aumentará a oposição dos falcões fiscais, preocupados que o aumento maciço nos gastos, vinculado a taxas de juros mais altas, elevará o pagamento da dívida do país a níveis desconfortáveis.

Mas a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse aos legisladores na quinta-feira que o plano de gastos de Biden representa uma abordagem "fiscalmente responsável".

“A proposta do presidente terá um período temporário de gastos e aumentos permanentes que, além da janela do orçamento, resultarão em déficits menores e mais receita tributária para sustentar essas despesas”, disse Yellen enquanto testemunhava durante uma reunião virtual de um subcomitê de da Câmara.

3. Ações devem abrir em alta; inflação no radar
As ações americanas devem abrir em alta nesta sexta, à medida que o otimismo sobre a recuperação econômica global cresce após fortes dados de emprego.

Por volta das 8h40, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiam respectivamente 0,47%, 0,35% e 0,33%.

Os principais índices estão em vias de fechar em alta nesta semana. O S&P 500 de base ampla subiu 1,1% até agora, enquanto o NASDAQ Composite avançou quase 2%.

Já na Europa, o índice Stoxx 600 subia 0,4%, estabelecendo um novo recorde intradiário, com o índice de sentimento econômico da Comissão Europeia subindo para 114,5 pontos em maio, uma alta de três anos, de 110,5 em abril.

A confiança está crescendo com a econômica global, ajudada pelos pedidos de seguro-desemprego nos EUA caindo para uma nova mínima da pandemia, uma indicação positiva da saúde da maior economia do mundo.

Somando-se ao otimismo, estão os relatórios de que o orçamento do governo Biden para o ano fiscal de 2022 deve levar os gastos federais a níveis nunca vistos desde a Segunda Guerra Mundial.

Já a lista de dados econômicos está bastante cheia, mas o indicador mais aguardado será o de inflação preferido do Federal Reserve, o índice de preços de despesas de consumo pessoal, às 9h30.

Economistas esperam que o núcleo PCE salte 2,9% ano a ano em abril, muito acima da meta nominal do Fed de 2%, em comparação com uma alta de 1,8% ao mês mais cedo.

As autoridades do Fed têm se esforçado para deixar claro que estão preparadas para enfrentar um período de alta inflação, visto que o vêem como temporário - este foi particularmente o caso depois que o último índice de preços ao consumidor mostrou um salto anual de 4,2%.

4. Programa de compra de títulos do BCE
O Fed está sob pressão crescente para dar ao mercado mais orientação sobre quando planeja começar a reduzir seu programa de compra de títulos. No entanto, na Europa, essas vozes são muito mais calmas.

Na verdade, o Banco Central Europeu é cada vez mais esperado pelos participantes do mercado para estender o ritmo elevado de compra emergencial de títulos em sua próxima reunião em 10 de junho, apesar de uma provável recuperação econômica.

Essas compras aumentaram em março, quando a Zona do Euro estava em uma recessão de duplo mergulho e os custos dos empréstimos globais estavam subindo.

A Europa começou a crescer novamente à medida que os programas de vacinação levaram à reabertura de empresas. Dito isso, os custos dos empréstimos ainda estão subindo, com os rendimentos dos títulos alemães de 10 anos subindo para a máxima de dois anos na semana passada.

5. Reunião da OPEP se aproxima
Os preços do petróleo bruto subiam, com investidores cautelosos em escolher lados antes da reunião dos principais produtores no início da semana que vem e com o retorno das exportações iranianas ainda uma possibilidade distinta.

Às 8h44, os futuros do WTI subiam 0,61% para US$ 67,26 o barril, enquanto os do Brent avançavam 0,48% para US$ 69,53. Os contratos estão a caminho de registrar ganhos semanais de 5% a 6%.

O Irã e as potências globais continuam a negociar em Viena as medidas que Teerã deve tomar em relação às atividades nucleares para retornar ao cumprimento total do pacto nuclear de 2015 que a nação do Golfo Pérsico assinou com as potências mundiais.

Se um acordo for alcançado e as sanções sobre suas exportações de petróleo forem suspensas, principalmente pelos EUA, o Irã poderia adicionar cerca de 1 milhão de barris por dia de petróleo ao mercado.

Isso é algo que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, um grupo conhecido como OPEP+, devem levar em consideração quando se reunirem na terça-feira da próxima semana.

A maioria dos especialistas espera que o grupo siga o ritmo existente de redução gradual das restrições ao fornecimento de petróleo, ratificando o aumento de 840 mil barris por dia programado para julho.