Carolina Cavenaghi, CEO da Fin4she - Crédito: Reprodução/InstagramApós 15 anos atuando no mercado financeiro e entrando na maternidade, Carolina Cavenaghi resolveu acessar outras mulheres que poderiam ser referência e se apoiar nesta jornada.
A executiva, em um momento que foi decisivo, apontou que não quis fazer uma escolha entre “ser mãe” ou “trabalhar”. Para ela, deveria haver alguma forma de achar um meio-termo e não abdicar de sua profissão.
Nesta busca, a agora fundadora da Fin4She organizou um evento em 2019 - a princípio, com expectativa de receber 80 pessoas - para mulheres que haviam se conectado de forma online teriam a oportunidade de um networking presencial.
Para a surpresa de Carolina, a primeira edição do evento conhecido como Women in Finance recebeu mais de 800 participantes em São Paulo (SP). Ao perceber a potência desta ideia, a executiva decidiu dar novos rumos à sua carreira.
A Fin4She
A Fin4She, plataforma de vagas de emprego, é um movimento que busca incluir mulheres no mercado de trabalho. Em 2020, quando o projeto nasceu, a ideia permeava no campo financeiro, mas, com o crescimento das inscrições, Cavenaghi explicou que agora existem também empresas de outros nichos que divulgam suas vagas.
“Percebi que existiam muitas mulheres com interesse em trabalhar no mercado, extremamente qualificadas, mas existia uma dificuldade das empresas em se comunicar e até em chegar a essas mulheres. Nós trabalhamos para viabilizar essa conexão”, explicou a CEO, em entrevista à SpaceMoney.
A Fin4She trabalha também para mudar a cultura de empresas e quebrar barreiras que já são construídas há décadas.
A grande missão é possibilitar um acesso maior entre empresas e profissionais femininas, a fim de impulsionar a equidade de gênero dentro de diversas companhias.
A fundadora afirmou que, muito além de um discurso, um dos diferenciais é mostrar, de forma construtiva, a eficiência e os resultados que mulheres podem trazer ao ambiente corporativo.
A companhia conta com um banco de currículos de cerca de 17 mil mulheres, que conheceram o projeto através de redes sociais como o LinkedIn e o Instagram, além do evento anual Women in Finance.
Com intuito de acessibilidade, o evento realizado todos os anos também é disponibilizado de forma online e gratuita. A maior parte do público é composta por mulheres com interesse no mercado financeiro e atualmente existe uma gama de jovens que se conectam com o projeto.
Para acessar a plataforma, as usuárias podem se inscrever de forma gratuita. Já as empresas, através do modelo B2B, tem diversas possibilidades de contratação e utilizam o site para divulgar suas vagas.
O site oferece a Fin4She Academy, com cursos e treinamentos para mulheres e empresas parceiras. A Fin4She também se apoia em conteúdo por via de videocasts, artigos e newsletter.
Propósito
A executiva ressalta que são muitos os desafios encontrados ao longo dos últimos três anos, desde a fundação do projeto. No entanto, conhecer histórias de mulheres que já foram ajudadas pela plataforma demonstra o quão importante é este trabalho.
“A nossa preocupação é criar um ambiente e uma entrega extraordinária para estas profissionais”, afirmou Cavenaghi.
Possibilitar o acesso a cada vez mais profissionais exige uma força intensa e a equipe da Fin4She, que conta hoje com seis pessoas, trabalha também em busca de dados que comprovem o porquê é essencial dar oportunidade para as mulheres.
Com este intuito, o projeto também disponibiliza vagas afirmativas para profissionais negras dentro da plataforma. A intencionalidade é o ponto-chave para a CEO. “O diferente é ser genuíno, ouvir estas mulheres, não somente convidar para dar um check em metas”, ressalta Cavenaghi.