sexta, 19 de abril de 2024
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Eletrobras tem 4T pressionado por provisões; veja o que dizem os analistas

Perto das 15h36, os papéis ordinários e preferenciais classe B eram negociados a R$ 32,59 e R$ 33,44, respectivamente, com altas acumuladas de 11,2% e 13,01% nos últimos trinta dias

22 março 2021 - 15h39Por Investing.com

Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - As ações ordinárias da Eletrobras (SA:ELET3) caíam 1,90% no início da tarde desta segunda-feira (22) após a estatal divulgar lucro de R$ 6,387 bilhões em 2020, queda de 42,6% na base anual, impactado por provisões.

Perto das 15h36, os papéis ordinários e preferenciais classe B eram negociados a R$ 32,59 e R$ 33,44, respectivamente, com altas acumuladas de 11,2% e 13,01% nos últimos trinta dias e de 131% e 96,76% nas últimas 52 semanas.

Após os resultados, analistas do Safra, BTG Pactual (SA:BPAC11), Goldman Sachs escreveram em relatórios separados que o processo de privatização da companhia segue como o principal gatilho de alta para os papéis. Veja os destaques dos relatórios das principais casas de investimento sobre o balanço da companhia:

BTG Pactual

Para os analistas do BTG Pactual, o EBITDA da companhia, que veio negativo em R$ 1 bilhão, foi fortemente impactado por diversos itens não-recorrentes que, se excluídos, teriam permitido um EBITDA de R$ 3,86 bilhões, 9% acima das expectativas.

Eles apontam que o segmento de transmissão foi o que ajudou a manter essa marca devido à revisão tarifária periódica para o ciclo 2018 a 2023, que deveria ter ocorrido em 2018, com a nova tarifa aplicável a partir de julho de 2020.

Por sua vez, as receitas de geração ficaram praticamente estáveis no ano a ano, escrevem.

Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 63 para o papel PNB.

Safra

O Safra também cita os itens não-recorrentes do balanço, apontando que o novo projeto de privatização da Eletrobras apresentado ao Congresso é uma tentativa de acelerar a aprovação da pauta, mas que algumas incertezas ainda sondam a tramitação.

Entre elas, eles citam incertezas relacionadas aos atributos da golden share, que pode dar ao governo o poder de interferir na gestão da companhia, elevando os riscos de governança, a percepção do Congresso sobre a proposta e se as estimativas preliminares do Ministério de Minas e Energia são justas.

Os analistas mantiveram a recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 36,70 para as ações PNB e de R$ 35,10 para as ordinárias.

Ativa Investimentos

Já para a Ativa, a Eletrobras apresentou números acima do esperado, com crescimento tanto nas receitas de geração, incentivadas principalmente pelo crescimento de receitas com fornecimento, comercialização de energia e operação & manutenção, assim como nas receitas de transmissão, impulsionadas pela evolução da manutenção das usinas fotovoltaicas de linhas renovadas e de receitas contratuais.

Para eles, o resultado aponta o êxito dos processos de otimização que vêm ocorrendo tanto no segmento de geração como em transmissão.

Os analistas acreditam que o nível de provisionamento registrado bem como a indefinição quanto ao andamento da privatização da companhia possam diminuir os impactos positivos dos resultados recorrentes apresentados, que vieram operacionalmente fortes.

Eles mantiveram a recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 29 para os papéis ordinários.

Mirae Asset

Para os analistas da Mirae, o resultado foi impactado por diversos ajustes e provisões, mas operacionalmente ajustado ficou ligeiramente acima das expectativas. Eles apontam que os papéis PNB da elétrica estão sendo negociados a uma relação valor patrimonial por ação de 0,7x.

Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 44,06 para as ações PNB.

Goldman Sachs

Para os analistas, os resultados operacionais vieram acima do esperado, mas os maiores gastos foram justificados pelo aumento da força de trabalho em Furnas e pelo atraso do layoff de 454 funcionários.

Eles escrevem que essa alta parece transitória e que há espaço para ganhos de eficiência na empresa, mas que pode acontecer somente após a indicação do novo CEO.

Também apontam para a forte geração de fluxo de caixa e alavancagem controlada em baixos níveis, que colocam a Eletrobras como possível sólida pagadora de dividendos nos próximos anos.

Eles mantiveram a recomendação de Compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 47 para os ordinários e de R$ 52 para os preferenciais classe B.