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Destaques: reunião do conselho da Petrobras e discurso de Jerome Powell no radar

23 fevereiro 2021 - 10h13Por Investing.com

Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - O ADR da Petrobras (SA:PETR4) em Nova York volta a subir após o tombo de 18% da véspera, com todos os olhos voltados à reunião do Conselho desta tarde. O presidente do Federal Reserve dá início a dois dias de depoimento no Congresso, enquanto os temores sobre a inflação empurram os rendimentos dos títulos americanos de 30 anos para novas máximas. O Bitcoin e o Ethereum despencam e as ações da libra esterlina e do Reino Unido sobem depois que Boris Johnson traça um caminho para sair do lockdown.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na terça-feira, 23 de fevereiro.

1. Todos os olhos no Conselho

O Conselho de Adminsitração da Petrobras se reúne nesta terça-feira para votar a indicação do general Joaquim Silva e Luna para a presidência da estatal, no lugar de Roberto Castello Branco. Segundo o Estado de S. Paulo, a votação deve ser longa e apertada, mas com chances bem mais favoráveis à preferência do governo por conta do risco jurídico que ao qual a estatal seria exposta em caso de rebeldia dos 11 membros.

O ADR da petroleira (NYSE:PBR) subia 7,68% no pré-mercado em Nova York, recuperando parte das perdas de ontem. O EWZ, principal ETF braseileiro negociado no exterior, avançava 1,54%.

"É uma boa notícia e que reverte em parte as quedas verificadas desde a semana passada, no entanto há que se ter cautela durante a semana, afinal o presidente Bolsonaro disse que ainda irá fazer mais alterações ao longo dos próximos dias", diz André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

2. Powell no radar

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, dá início a dois dias de depoimento ao Congresso sobre o estado da economia, em um momento em que as preocupações com a inflação provocam uma forte venda de títulos de longo prazo.

A ponderação de Powell promete ser o destaque da semana para os mercados globais, dando a indicação mais clara de se o Fed permanecerá comprometido em deixar a economia aquecer para acelerar e completar a recuperação econômica da pandemia.

As repetidas garantias do Fed de que manterá a política frouxa neste ano têm sido um dos fatores por trás da forte alta em ativos como commodities, bem como outros ativos que são apostas implícitas na desvalorização do dólar.

Entre essas apostas estão as criptomoedas, que passam agora por uma correção drástica à medida que os investidores realizam lucros após a forte alta do mês.

Os preços do Bitcoin caíram mais 13,6% durante a noite, para US$ 47.410 na bolsa Bitfinex. A criptomoeda está 20% abaixo do pico há dois dias, embora ainda tenha subido mais de dois terços desde o início do ano.

Já o Ethereum caiu 19,5% durante a noite, para US$ 1.463.

3. Ações devem abrir em queda

As ações de tecnologia devem puxar os mercados dos EUA para baixo pelo segundo dia consecutivo, já que as preocupações sobre uma possível desaceleração na impressão de dinheiro pelo Fed aumentam o incentivo para realizar alguns lucros após a alta histórica.

Às 10h15, Dow Jones futuros subia 0,04%, enquanto o S&P 500 futuros e o  Nasdaq 100 futuros perdiam 0,5% e 1,8%, respectivamente.

As ações que devem ganhar destaque são as da Churchill Capital Corp II (NYSE:CCX), que anunciou formalmente os termos de sua fusão com a rival da Tesla (NASDAQ:TSLA), a Lucid Motors. A Tesla perdeu 8,6% na segunda-feira com o surgimento de seu primeiro competidor real com sede nos EUA no segmento de veículos elétricos de luxo.

Também sestará no radar a Home Depot (NYSE:HD) (SA:HOME34), cujas ações caíram 1,5% no pré-mercado após a companhia declarar que 2021 não será tão forte quanto 2020.

4. Reino Unido sem lockdown

A libra atingiu maior patamar em um ano em relação ao euro e seu maior valor desde abril de 2018 em relação ao dólar, depois que o primeiro-ministro Boris Johnson delineou o que chamou de um caminho “cauteloso e irreversível” para sair do lockdown em julho.

As ações do Reino Unido também subiram em resposta ao discurso de Johnson na TV, dado na noite de segunda-feira. O FTSE 250 subiu quase 1%, enquanto o FTSE 100 também superou outros mercados europeus, que seguiram a trajetória geral de queda em Wall Street na segunda-feira.

O discurso otimista de Johnson ofuscou os dados do mercado de trabalho na manhã de terça-feira, que mostraram que o desemprego britânico atingiu o seu nível mais alto em cinco anos em dezembro, junto com outra contração de 114.000 empregos nos últimos três meses.

5. Rotação na alta das commodities

As commodities agrícolas estavam tentando alcançar as industriais no pregão da madrugada, com base na percepção de que os metais básicos foram longe demais, rápido demais.

Café, aveia, arroz em casca e soja dos Estados Unidos foram todos superando cobre, alumínio e zinco na confiança em um aumento de base ampla no poder de compra do consumidor.

Por volta das 10h15 os futuros do petróleo WTI subiam 0,3%, a US$ 61,90 o barril, enquanto o petróleo Brent subia 0,3%, a Us$ 64,60 o barril. O American Petroleum Institute divulga a avaliação semanal dos estoques dos EUA às 18h30.