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Radar financeiro

Destaques: pandemia no Brasil e novos pacotes de estímulos nos EUA

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na segunda-feira, 29 de março

29 março 2021 - 09h45Por Investing.com

Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - O Brasil segue enfrentando a pior fase da pandemia no país, enquanto mais brasileiros são vacinados. O mais recente foi o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Dois bancos alertam para grandes perdas após o desmoronamento caótico de uma carteira de fundos de hedge na sexta-feira. O presidente Joe Biden se prepara para traçar seus planos de gastos.

A pandemia volta a rugir na Europa, América do Sul e no subcontinente indiano, e os preços do petróleo caíram depois que o navio que bloqueava o Canal de Suez foi parcialmente libertado, mas se recupera com Rússia sinalizando manutenção dos cortes de oferta pela Opep+.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na segunda-feira, 29 de março.

1. Pandemia no Brasil

O Brasil registrou neste domingo 1.656 novas mortes por Covid-19 e o número total de óbitos provocados pela doença ultrapassou a marca de 312 mil, mostraram dados do Ministério da Saúde.

De acordo com os dados da pasta, o país também registrou nas últimas 24 horas 44.326 novos casos confirmados da doença, o que fez com que o total superasse a marca de 12,5 milhões.

O Estado de S. Paulo relata a dificuldade de estados em suprirem a demanda por profissionais especializados em atendimento de UTIs. Segundo a publicação, ao menos nove unidades da Federação passam por escassez de equipes nas alas de tratamento intensivo.

Enquanto isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, de 71 anos, recebeu nesta sábado a primeira dose da vacina contra Covid-19 em Brasília. O país tem 14 milhões de pessoas vacinadas com ao menos uma dose do imunizante.

Os principais jornais estampam também a pressão para a demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que estaria sendo negada pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo a Folha de S. Paulo, até parlamentares aliados ao presidente da República pararam de defender o ministro, cuja postura em relação à China, Índia e outros produtores de vacinas e insumos para vacinas tem sido duramente criticada pelos presidentes da Câmara e do Congresso, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

2. Credit Suisse (SIX:CSGN) e Nomura avisam sobre grandes perdas após o fiasco de fundo de hedge

Dois bancos alertaram sobre perdas significativas com a exposição a um único fundo de hedge, cujo default nas chamadas de margem desencadeou uma venda de ações de vários bilhões de dólares na sexta-feira em Nova York.

A gigante japonesa Nomura Holdings (NYSE:NMR) (SA:NMRH34) disse que poderia enfrentar um golpe de US$ 2 bilhões, fazendo com que suas ações caíssem 16% nas negociações de Tóquio, enquanto as ações do Credit Suisse (NYSE:CS) caíam 14% na Europa, depois de alertar sobre que o desmonte “pode ser altamente significativo e relevante para os resultados do primeiro trimestre”.

O Credit Suisse alertou que "outros bancos" também ainda estão saindo de posições associadas ao cliente, que a Bloomberg identificou como a Archegos Capital Management, o fundo de family office do ex-gerente de fundos de hedge Bill Hwang. A extrema volatilidade em ações como ViacomCBS (NASDAQ:VIAC) (SA:C1BS34) e Discovery (NASDAQ:DISCA) (SA:C1BS34), Baidu (NASDAQ:BIDU) (SA:BIDU34) e Tencent Music Entertainment (NYSE:TME) na sexta-feira gerou temores de que as corretoras poderiam restringir suas regras de empréstimo, restringindo a liquidez geral do mercado.

3. Biden apresentará planos de gastos com infraestrutura esta semana

O presidente Joe Biden pretende dividir uma nova rodada de investimentos em duas partes, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, no domingo (28).

A primeira parte, a ser revelada esta semana, terá como foco projetos de infraestrutura, notadamente a transição para energia verde, enquanto a segunda, com foco em saúde e cuidado infantil, será lançada em abril.

Os dois projetos representam o núcleo dos planos de ‘reconstruir melhor’ os EUA, um slogan que foi adotado com variações locais em todo o mundo, à medida que os governos usam a reconstrução pós-Covid para resolver as deficiências em seus respectivos sistemas econômicos e sociais.

O governo Biden tem mais probabilidade de obter o apoio republicano no Senado para o projeto de infraestrutura do que para outras medidas de gastos que apontam para uma expansão de longo prazo do estado de bem-estar nos EUA, algo que muitos republicanos temem vir com grandes aumentos de impostos.

4. Merkel ameaça lockdown mais rígido; casos de Covid-19 da América do Sul e da Índia continuam a disparar

As preocupações com os problemas contínuos de grande parte do mundo para controlar a pandemia Covid-19 seguem pesando nos mercados.

A última onda da Europa continua a crescer, com a França se aproximando da capacidade em suas unidades de terapia intensiva e a chanceler alemã Angela Merkel ameaçando invocar poderes federais de emergência para impor lockdowns mais rígidos na maior economia da Europa.

Enquanto isso, na América do Sul, Brasil e Chile continuam tendo novas infecções em taxas recorde, enquanto Colômbia, Argentina e Peru apresentam números de casos em rápido crescimento.

O subcontinente indiano também continua sendo uma grande fonte de preocupação, com as taxas de infecção atingindo seu nível mais alto desde outubro na Índia, e perto de níveis recordes no Paquistão e Bangladesh.

5. Petróleo sobe com Rússia sinalizando manutenção do corte de oferta pela Opep+

O navio que bloqueia o Canal de Suez foi “80%” libertado, de acordo com a Autoridade do Canal de Suez, pondo fim à grave perturbação do comércio global.

A Bloomberg citou o chefe da empresa de salvamento que executou a operação, dizendo, no entanto, que apenas "a parte fácil" foi feita e que "não queremos comemorar muito cedo".

Os preços do petróleo chegaram a recuar com as notícias, mas a sinalização da Rússia de que a Opep+ vai manter os cortes de ofertas levou à recuperação do preço da commodity.

O preço dos contratos futuros do WTI subia 0,74% a US$ 61,41 o barril, enquanto o do contrato Brent avançava 0,42% para US$ 64,70 o barril.