terça, 16 de abril de 2024
Radar financeiro

Destaques: Orçamento 2021 e inflação no radar

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na sexta-feira, 9 de abril

09 abril 2021 - 09h14Por Investing.com

Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - Guedes nega atritos com o Congresso sobre Orçamento, enquanto que, nos EUA, pode começar a tão antecipada alta nas taxas de inflação, com a divulgação dos dados de março.

Já a produção industrial da Europa caiu de forma alarmante no mês passado. Enquanto isso, membros da OPEP+ estão bombeando mais petróleo do que deveriam.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na sexta-feira, 9 de abril.

1. Orçamento no radar

O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou ontem haver atritos com o Congresso Nacional na negociação sobre vetos ao Orçamento Geral da União de 2021. “Pela primeira vez, o governo e o Congresso estão construindo, juntos, o orçamento. É um time que nunca jogou junto. Mas somos parceiros, Poderes independentes que podem cooperar entre si”, comentou o ministro em evento virtual pela Câmara de Comércio Brasil–EUA e pelo Conselho de Negócios Brasil–EUA.

Atualmente, de acordo com ele, o problema em torno do Orçamento centra-se em como apresentá-lo, já que há acordo político em torno da proposta. "O problema agora é como corrigir o excesso de gastos que foi encaminhando em um primeiro momento", completou.

O Orçamento foi aprovado na semana retrasada com uma reestimativa de 26,5 bilhões de reais para baixo das despesas obrigatórias do governo e uma elevação dos recursos direcionados a emendas parlamentares.

Perto das 9h20, o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no exterior, caía 1,14%.

2. Começa a alta da inflação

Os dados de inflação de março provenientes da China confirmaram o início de uma expectativa de alta de preços, medida em termos anuais.

A inflação dos preços do produtor do país subiu 4,4% no ano, a alta mais rápido desde julho de 2018 e bem à frente das expectativas, enquanto a inflação dos preços ao consumidor se recuperou para 0,4% no ano de -0,2% em fevereiro.

A retomada deveu-se em grande parte aos efeitos de base causados pelo colapso dos preços do petróleo há um ano. É provável que os mesmos efeitos sejam refletidos no IPP dos EUA, com dados divulgados às 9h30, horário de Brasília. Os preços devem ter alta de 0,5% no mês e de 3,8% no ano.

O Federal Reserve disse repetidamente que espera ser um período temporário de taxas de inflação mais altas do que o normal, concentrando-se, em vez disso, no ritmo de recuperação do mercado de trabalho.

O Brasil não fica de fora da divulgação de dados inflacionários, com a publicação do IPCA de março às 09h00 pelo IBGE. A expectativa é de uma alta de 1,03% no mensal e de 6,2% no anual, acima do piso superior da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual acima da meta de inflação de 3,75%.

3. Campanha de vacinação da Europa acelera, ao contrário das fábricas

A lenta campanha de vacinação da Europa está dando sinais de finalmente retomar. O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, tuitou que a maior economia da Europa distribuiu 1,375 milhão de vacinas nos últimos dois dias, algo que reflete o fato de que a Alemanha só esta semana começou a permitir que cirurgias de clínica geral vacinassem contra Covid-19.

As quatro grandes economias da Zona do Euro já vacinaram entre 13% e 15% de suas populações adultas, ainda muito menos do que os EUA e o Reino Unido, mas a diferença está diminuindo. A Itália, um dos países mais atingidos, provavelmente vai relaxar um pouco as restrições à vida social e empresarial com um decreto na sexta-feira, em resposta à queda nas taxas de infecção, informou a Bloomberg. A Alemanha, em contraste, continua a flertar com outro 'lockdown rápido e agudo'.

Os dados econômicos da Europa permanecem, na melhor das hipóteses, mistos. A produção industrial da Alemanha, França e Espanha caiu em março. Os números tornam uma contração do PIB no primeiro trimestre consideravelmente mais provável.

4. Ações dos EUA mistas

As ações dos EUA devem ficar mistas após o fechamento recorde de quinta-feira na abertura, com os mercados de títulos em grande parte inalterados pela reabertura gradual da economia.

Às 9h20, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 subiam 0,29% e 0,19%, respectivamente. Já os futuros do Nasdaq 100 caíam 0,03%, com a reabertura das negociações começando a ganhar força novamente.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem McDonald's (NYSE:MCD) (SA:MCDC34), que está fechando seus últimos restaurantes nas lojas Walmart (NYSE:WMT) (SA:WALM34) e Walt Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34), cuja previsão de reabertura do parque temático Disneyland no final do mês está ganhando maior cobertura da mídia, como símbolo de uma tendência mais ampla em todo o país.

5. Petróleo oscila conforme a disciplina OPEP+ desliza

Os preços do petróleo bruto continuam a flutuar lateralmente em um cenário de aumento da oferta e alguma incerteza sobre se a demanda está se recuperando rápido o suficiente para absorvê-la.

Uma pesquisa da S&P Global Platts (NYSE:SPGI) sugeriu que a produção dos membros da Opep+ aumentou em 450.000 barris por dia em março, com a Rússia e o Iraque, o segundo e o terceiro maiores exportadores do grupo, ambos bombeando acima de seus limites acordados.

Dois países não cobertos pelo acordo, Líbia e Irã, estão aumentando a produção também: a produção do Irã aumentou 130.000 barris por dia para uma alta de dois anos de 2,3 milhões b/d, enquanto a Líbia bombeou 1,19 milhão, uma alta de oito anos . Ela planeja bombear 1,45 milhão de b/d até o final do ano.

Às 09h20, o petróleo WTI caía 0,34% para US$ 59,40 o barril, enquanto Brent retraía 0,55% a US$ 62,85.