quinta, 25 de abril de 2024
Destaques do dia

Destaques: impeachment de Trump e salto do dólar

11 janeiro 2021 - 09h21Por Investing.com

Por Geoffrey Smith, da Investing.com - O Partido Democrata se mobiliza para uma nova tentativa de impeachment de Trump. As redes sociais caçam perfis e postagens de extremismo de direita; o dólar salta conforme o Bitcoin corrige drasticamente para baixo, e o Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) e a Amazon ({{NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) atraem a ira dos conservadores depois de tirarem Trump do site Parler. Ações, petróleo e outros ativos de risco enfraqueceram em resposta.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na segunda-feira, 11 de janeiro.

1. Impeachment 2.0

A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ameaçou iniciar um processo de impeachment contra Donald Trump se o vice-presidente Mike Pence não invocar a 25ª Emenda para removê-lo do cargo em 24 horas.

Pence alegadamente já descartou fazer tal movimento, aumentando as chances de que Trump se torne o primeiro presidente a sofrer uma tentativa impeachment duas vezes. Analistas no fim de semana disseram que a medida aumenta o risco de falta de cooperação bipartidária nos próximos meses, o que pode complicar a aprovação de contas de gastos futuros.

Está longe de ser claro se um número suficiente de senadores republicanos votaria para condenar Trump caso um julgamento de impeachment chegar à câmara alta. Dada a necessidade de uma maioria de dois terços, mais de 16 dos 50 senadores do Partido Republicano precisariam condená-lo.

2. Dólar salta, criptomoedas tombam

O dólar americano saltou no fim de semana, com os investidores reduzindo suas apostas em um Congresso apoiando a economia com pacotes de estímulo massivos este ano.

Às 9h30 , horário de Brasília, o índice do dólar que mede o dólar em relação a uma cesta de moedas da economia avançada subia 0,51%, a  90,52, um ponto completo acima da baixa de três anos que atingiu na última semana.

Como tantas vezes, o dólar está sendo sustentado pela alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro, cujo rendimento de 10 anos se acomodou em uma faixa acima de 1,10%, tendo ganho 10 pontos base ao longo da última semana (preços e rendimentos se movem inversamente um para o outro).

A recuperação do dólar foi acompanhada por algum esfriamento dos ativos anunciados como hedge contra a desvalorização do dólar. O Bitcoin caiu 13,7% para US$ 34.855, após atingir US$ 40.000 pela primeira vez na sexta-feira, enquanto Ethereum caiu 17% para US$ 1.092,50.

3. Ações devem abrir em queda

Os índices americanos devem abrir marcadamente em queda, com os investidores adotando uma postura mais cautelosa em relação ao cenário de impeachment e à devastação contínua da pandemia Covid-19.

O último fator ficou em segundo plano na semana passada, com os investidores optando por se concentrar na perspectiva de estímulo e recuperação dos próximos meses, em vez do desastre de saúde pública de hoje. No entanto, a taxa de novas infecções continua a aumentar, enquanto o número de internações hospitalares parece ter se estabilizado mais por razões de capacidade do que uma melhora real na tendência. A média de sete dias para mortes devido à Covid-19 atingiu um novo recorde para cada um dos últimos três dias.

Por volta das 9h30, o Dow Jones futuros caía 0,7%, enquanto S&P 500 futuros e o Nasdaq 100 futuros recuavam 0,6%.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem o Twitter, que bloqueou permanentemente a conta de Trump no fim de semana, e a Amazon, que disse que deixará de hospedar a plataforma de mídia social de direita Parler.

4. EUA estimulam Taiwan, desprezam Pequim; vírus atinge ações chinesas

O governo Trump suspendeu suas restrições aos contatos entre diplomatas dos EUA e autoridades taiwanesas, em uma afronta calculada a Pequim.

A medida é a mais recente de uma série de ações nos últimos dias da presidência de Trump para aumentar a pressão política sobre a China.

O índice de ações Ponderado de Taiwan subiu 0,6% em resposta, enquanto os índices da China continental caíram 1% - embora este último se deva mais à imposição de medidas de bloqueio mais duras em Hebei, a região em torno de Pequim, em resposta a um aumento local em Casos de Covid19.

5. Petróleo recua

Os preços do petróleo bruto também perderam parte do ímpeto da última semana em linha com a retração mais ampla dos ativos de risco.

Às 9h30, os futuros do petróelo WTI caíam 0,5% a US$ 51,95 o barril, enquanto os futuros do Brent recuavam 1,13%, para US$  55,36 o barril.

Isso apesar dos analistas da Goldman Sachs (NYSE:GS) dizerem que o petróleo pode chegar a US$ 65 este ano, já que uma lenta melhora na demanda expõe o aperto do mercado subjacente - um aperto que depende da Arábia Saudita e a OPEP continua rem retendo milhões de barris por dia em capacidade, pelo menos durante a primeira metade do ano.

O petróleo continua a atrair compras especulativas de participantes financeiros: os dados da CFTC mostraram longos líquidos em futuros de petróleo perto de seu maior nível em cinco meses na sexta-feira.