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Destaques: democratas lideram na Geórgia e índices reagem

06 janeiro 2021 - 09h36Por Investing.com

Por Geoffrey Smith, da Investing.com - O Partido Democrata parece ter recuperado o controle do Senado dos EUA, vencendo as duas eleições da Geórgia. Os futuros dos papéis de tecnologia caem acentuadamente devido aos temores de impostos mais altos e regulamentação mais rígida sob um governo democrata. Os rendimentos do Tesouro de 10 anos chegam a 1% em antecipação a empréstimos mais elevados; dados de emprego do relatório ADP ficam no radar, enquanto o petróleo é negociado na maior alta dos últimos 10 meses depois que a Arábia Saudita resolveu cortar voluntariamente a produção.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quarta-feira, 6 de janeiro.

1. Vagas do Senado da Geórgia devem ficar com os Democratas

O Partido Democrata deve recuperar o controle do Senado após seis anos de maiorias republicanas. Redes de televisão e serviços de previsão eleitoral dos EUA disseram que Raphael Warnock derrotou Kelly Loeffler, presidente do Partido Republicano, enquanto Jon Ossoff estava prestes a destituir David Perdue no segundo turno realizado na terça-feira (5).

A margem de vitória de Warnock foi estimada em cerca de 50.000 votos, enquanto a vantagem de Ossoff foi de pouco menos de 13.000, com mais de 99% dos votos contados.

Se confirmados, os resultados darão um Senado dividido em 50-50, permitindo que a vice-presidente eleita Kamala Harris exerça o voto de minerva). Isso sugere que o novo presidente Joe Biden terá mais facilidade para confirmar as escolhas de seu gabinete e aprovar seus planos de política fiscal.

2. Reação dos índices ao resultado é mista

As ações globais reagiram de maneira mista às notícias da Geórgia, com as ações europeias e chinesas subindo em antecipação a uma política comercial menos conflituosa e uma política fiscal mais expansiva do próximo governo americano.

Os futuros de ações dos EUA operavam mistos, no entanto, à medida que os investidores pesaram essas considerações contra o medo de impostos mais altos e regulamentação corporativa mais rígida, especialmente do setor de tecnologia. Os futuros do Nasdaq caíam 2,2% às 9h05, com perdas acelerando conforme os investidores americanos acordam com a notícia. Os futuros do S&P 500 caíram 0,4%, enquanto os futuros do Dow Jones subiram 0,2%, refletindo a maior concentração de ações cíclicas e financeiras que podem se beneficiar de maiores gastos com estímulos.

O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos, por sua vez, subiu acima de 1% pela primeira vez desde a erupção da pandemia no início do ano passado.

3. Dados de emprego ADP, ata do Fed no radar, com PMIs revisados para baixo

Longe da política, o calendário de dados para quarta-feira é liderado pelos números de folhas de pagamento privadas ADP para dezembro.

As contratações líquidas pelo setor privado devem ter diminuído para apenas 88.000 em meados do mês passado, o nível mais fraco desde um catastrófico abril, devido à rápida disseminação do vírus Covid-19 que levou a maioria dos estados e cidades a endurecer as restrições em negócios e encontros sociais no final do ano.

A tendência também estava em evidência nas pesquisas de negócios europeias divulgadas durante a noite, com o índice composto de gerentes de compras da zona do euro sendo revisado para 49,1 de uma estimativa original de 49,8 devido a um forte enfraquecimento nos serviços.

O Federal Reserve também divulgará as atas da última reunião de política às 16h, horário de Brasília.

4. Desafios em relação à China aumentam com prisões em massa, proibição de aplicativos de pagamento

Os desafios de administrar as relações com a China continuam se multiplicando. O presidente cessante Donald Trump, cuja derrota nas eleições deve ser definitivamente selada mais tarde quando o Congresso certificar os resultados de novembro, emitiu uma ordem executiva proibindo entidades americanas de usar um punhado de aplicativos de pagamento chineses, incluindo os serviços WeChat e QQ da Alipay e Tencent (HK:0700). Citou motivos de segurança nacional.

Separadamente, uma equipe da Organização Mundial da Saúde que deveria chegar à China para investigar as origens da pandemia foi retida por questões de visto, aumentando as suspeitas de que Pequim está resistindo às tentativas internacionais de estabelecer a verdade por trás do estágio inicial de crescimento do vírus no país.

Para piorar, as autoridades chinesas prenderam mais de 50 políticos pró-democracia em Hong Kong, incluindo o advogado John Clancey, um cidadão dos EUA, sob a ampla lei de segurança nacional, cuja promulgação no ano passado levou os EUA a encerrar seu reconhecimento da autonomia de Hong Kong.

5. Petróleo em máxima de 10 meses com o 'gesto de boa vontade' saudita

Os preços do petróleo bruto dos EUA se estabeleceram em uma faixa acima de US$ 50 o barril pela primeira vez em 10 meses depois que a Arábia Saudita disse que cortaria voluntariamente 1 milhão de barris por dia na produção nos próximos dois meses, após intermediar um acordo que permitirá a seus aliados no chamado grupo de produtores Opep+ manterem seus níveis de produção estáveis ou - no caso da Rússia e do Cazaquistão - ligeiramente mais altos.

Os futuros do petróleo americano subiram 0,6%, a US$ 50,22 o barril, enquanto o benchmark internacional Brent subiu 1,0%, a US$ 54,12.

A motivação para o autodenominado "gesto de boa vontade" da Arábia Saudita permanece obscura, além da preocupação óbvia sobre uma queda de curto prazo na demanda de cada vez mais bloqueios na Europa e em outros lugares.