A Desktop, conhecida por sua expansão via aquisições desde seu IPO em 2021, está considerando uma mudança significativa em sua estratégia corporativa. As informações são do portal Infomoney.
O CEO Denio Alves Lindo confirmou que a estrutura de fibra óptica da empresa, que atualmente se estende por 57 mil quilômetros, despertou interesse de investidores em possuir uma rede no Estado de São Paulo.
A companhia abriu um processo formal para avaliar o potencial retorno que uma divisão de sua infraestrutura poderia gerar para os acionistas. No entanto, essa possível venda levanta questões sobre os impactos no serviço oferecido pela empresa.
Lindo expressou sua perspectiva em relação à segregação da rede, afirmando que, do ponto de vista da empresa de telecomunicações, a gestão de uma rede própria é um diferencial crucial para a entrega de um produto de qualidade. Ele destacou que renunciar a parte da infraestrutura para um terceiro pode comprometer a qualidade do serviço prestado.
A Desktop, que recentemente atingiu a marca de 1 milhão de clientes conectados e planeja dobrar esse número nos próximos anos, se considera a maior consolidadora da banda larga no Estado de São Paulo, presente em 180 cidades do interior e do litoral.
Embora o BTG Pactual tenha avaliado a rede de fibra óptica da empresa em R$ 2,6 bilhões e acredite que a venda do ativo possa desbloquear valor para a companhia, há preocupações quanto aos planos de expansão da Desktop em serviços para empresas.
Lindo ressaltou as dificuldades em oferecer um serviço empresarial de qualidade utilizando uma rede de terceiros, mencionando que o modelo de rede neutra praticado no Brasil está focado no consumidor final.
Ele apontou que a qualidade exigida pelo segmento B2B requer uma infraestrutura mais rigorosa e expressou preocupação quanto à operação dividida entre duas empresas para fornecer um único serviço.
Apesar de atualmente ter uma representatividade mínima nas receitas da Desktop, o segmento B2B é visto como uma oportunidade de crescimento significativa.
A empresa já iniciou a estruturação dessa área e pretende atuar em diferentes empresas, identificando oportunidades para grandes contratos.
A companhia também não descarta a possibilidade de aquisições para acelerar o desenvolvimento desse negócio. Lindo afirmou que a Desktop está preparada para novas compras, mantendo a estratégia de expansão em áreas conurbadas.
Em relação ao crescimento orgânico, a empresa planeja desacelerar a construção de rede e concentrar-se na expansão do número de clientes, aproveitando ao máximo as portas já existentes.
Apesar das considerações sobre a possível venda de parte de sua infraestrutura, a Desktop mantém seu foco em oferecer serviços de qualidade e continuar sua trajetória de expansão no mercado de telecomunicações.