Por Ana Mano, da Reuters - A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) adiou mais uma vez um parecer sobre a liberação comercial de trigo geneticamente modificado, informando que uma decisão sobre o cereal produzido na Argentina poderia acontecer em novembro, segundo participantes de um encontro do órgão nesta quinta-feira (7).
A adoção da transgênia da matéria-prima de pães, massas e biscoitos enfrenta forte oposição da indústria, que não pretende comprar trigo transgênico da Argentina caso a importação seja aprovada pela CTNBio.
O tema é controverso porque ainda não há trigo transgênico sendo consumido no mundo, por temores de consumidores relacionados à biossegurança.
O novo adiamento permitirá que a CTNBio analise documentos adicionais fornecidos pela Tropical Melhoramento & Genética (TMG), que fez o pedido de liberação comercial no Brasil e cumpriu as diligências, de acordo com o órgão.
A TMG é parceira da argentina Bioceres, que desenvolveu o trigo transgênico na Argentina.
O trigo analisado pela CTNBio proporciona proporcionariaaumento de produtividade em situações e ambientes de baixa disponibilidade hídrica. Ele também é resistente ao herbicidaglufosinato.
Na hipótese de aprovação, o produto seria importado da Argentina, onde já teve aval do governo local, fato que gerapreocupação para os moinhos, diante de temores sobre as reaçõesdos consumidores devido ao ineditismo da iniciativa.
O governo da Argentina aprovou a comercialização davariedade transgênica de trigo HB4 da empresa de biotecnologiaBioceres, embora tenha destacado que o produto sópoderá ser negociado depois de autorizada a importação peloBrasil, maior importador.