sexta, 26 de abril de 2024
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Cielo (CIEL3) se valoriza em mais de 50% desde o início do ano. Vale a pena investir?

Seus concorrentes diretos, Stone (STOC31) e PagSeguro (PAGS34), listados em Nova Iorque, mas com BDRs negociados no Brasil, amargam quedas de 56,43% e 52,67% na mesma base de comparação, respectivamente

27 abril 2022 - 16h24Por Redação SpaceMoney

Às 15:51 desta quarta-feira (27), as ações de Cielo (CIEL3) subiam 1,78%, ao preço de R$ 3,44 cada. O movimento estendia a valorização positiva dos papéis. No ano, a empresa apresentou a maior alta do Ibovespa. Até o momento, são 57,08% acumulados.

Seus concorrentes diretos, Stone (STOC31) e PagSeguro (PAGS34), listados em Nova Iorque, mas com BDRs negociados no Brasil, amargam quedas de 56,43% e 52,67% na mesma base de comparação, respectivamente. 

Até o mesmo instante, eram negociadas a R$ 47,80 e R$ 14,91, na ordem.

Mas seria este o momento para investir em ações da Cielo (CIEL3)? A companhia já agendou a divulgação do balanço de seu primeiro trimestre para a próxima terça-feira, 3 de maio, após o fechamento do mercado.

Em seu relatório mais recente, o BTG reiterou sua recomendação neutra para os papéis CIEL3, com preço-alvo de R$ 4,00 (de R$ 3,30 antes).

Analistas do banco estiveram reunidos com a alta cúpula da empresa e disseram ter visto a Cielo em sua melhor forma nos últimos anos, tendo navegado com sucesso na última onda de reprecificação, e com as operações da Cateno um fator decisivo para resultados futuros.

Filipe Oliveira, CFO da Cielo, disse que a inflação e os juros mais altos impactaram os preços e os volumes. A alta dos juros foi mais rápida e mais forte do que o mercado esperava, e pressionou os balanços de todas as adquirentes.

Mas a Cielo reajustou com sucesso sua base de clientes, pelo menos até agora. Oliveira reportou ao BTG que a renegociação foi automática para aquisição de recebíveis (ARV), então o aumento da receita da Cielo praticamente não tem defasagem neste produto.

A Cielo possui ainda uma ferramenta que monitora os preços da concorrência, para que possa testar/aferir cuidadosamente as variações de preços. Com uma abordagem mais prudente de seus pares, a reprecificação da Cielo acelerou em abril, sem grandes impactos no churn até o momento.

Analistas ressaltaram esperar que a divulgação de resultados do 1T22 apresente algumas informações e indique que a taxa de participação está em melhora neste mês.

O Safra também mantém recomendação neutra para Cielo (CIEL3), ao preço-alvo de R$ 3,00. O relatório abordava a venda da Merchant E-Solutions para a Integrum Holdings, com estimativas de movimentação de até US$ 290 milhões.

A MerchantE era a principal subsidiária fora do core-business da Cielo, linha que pressionava os resultados consolidados da empresa.

O Safra destacou ainda que tratava-se de mais um movimento da Cielo para simplificar sua estrutura societária, com a venda de ativos fora do negócio de adquirência (outro exemplo foi a recente venda da M4U), o que deve permitir que a administração disponha de mais tempo e energia para a recuperação.

Analistas reforçam que, entre os pontos vantajosos ao investir em CIEL3, estão:

  • oportunidades de crescimento no setor;
  • escala de liderança e altos níveis de lucratividade; 
  • controle pelo Bradesco (BBDC4) e pelo Banco do Brasil (BBAS3), que são dois dos os maiores bancos do país;
  • forte geração de fluxo de caixa livre;
  • foco na inovação; e
  • forte base de dados com informações que podem ser traduzidas em consultoria e receitas de dados.

Entretanto, o Safra pontuou os seguintes riscos:

  • mudanças no ambiente regulatório;
  • taxa de intercâmbio em cartões de débito tem um preço limitado;
  • o ambiente competitivo parece se tornar mais difícil;
  • novas tecnologias podem atrapalhar e alterar significativamente os negócios dos adquirentes;
  • risco de crédito e inadimplência.