O saldo total da carteira de crédito deve crescer 1,3% em julho, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O índice repete o bom resultado do mesmo no ano de 2020. Caso a estimativa seja confirmada pela Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, o ritmo de expansão anual da carteira deve ficar estável em 16,3%.
Para a Febraban, trata-se de um patamar bastante elevado, e revela que a oferta de crédito flui e contribui para a retomada da atividade econômica.
Destaques
De acordo com a entidade, a carteira Pessoa Jurídica pode avançar 1,3% no mês de julho.
O levantamento mostra que a surpresa positiva deverá vir da carteira livre, que, apesar da sazonalidade negativa do mês, devido às linhas de fluxo de caixa, poderá crescer 1,0%, favorecida pela reabertura do comércio e retomada da economia, devido à flexibilização de medidas de distanciamento social e o avanço da vacinação no país.
Já a carteira destinada às famílias deve se manter como a principal responsável pelo crescimento do crédito neste ano, e a estimativa gira em torno de 1,3% em julho - o que reforça a percepção de recuperação da atividade econômica e a importância do crédito para este impulso.
O desempenho do mês deve ser homogêneo entre os recursos com a carteira livre (+ 1,4%), em especial nas linhas ligadas ao consumo e o crédito pessoal, enquanto a carteira direcionada (+ 1,2%) deve seguir liderada pelos créditos imobiliário e rural.
Com o novo avanço, o ritmo de expansão anual da carteira pessoa física deve seguir sua expansão, para 17,9%.
Pronampe
A carteira direcionada, que se retraiu em cinco dos últimos seis meses, poderá ganhar novo fôlego com a reedição do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) e registrar alta de 2,0%, avalia a entidade.
Ainda assim, o ritmo de expansão anual da carteira Pessoa Jurídica deve seguir em acomodação, de 14,8% para 14,3%.
Neste ano, os R$ 20 bilhões para a nova versão do Pronampe se esgotaram após quinze dias de operação e beneficiaram 266 mil empresas.
"O setor bancário está comprometido com todas as iniciativas do governo para mitigar os impactos negativos gerados pela pandemia da Covid-19 e continua focado em ajudar no processo de recuperação econômica do país", afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
Concessões
A Pesquisa Especial de Crédito mostrou que as concessões de crédito devem apresentar crescimento mensal de 0,9% em julho - um acúmulo de expansão de 11,2% em doze meses.
Com o resultado, o volume acumulado deve aumentar pelo quarto mês seguido, impulsionado pela reedição de medidas de estímulo e pela retomada da atividade econômica.
O levantamento aponta o mês de julho pode registrar uma expressiva alta das operações direcionadas, com crescimento de 140,8%, devido à nova rodada do Pronampe. Assim, as concessões destinadas às empresas devem crescer 2,6%.
Por outro lado, as operações com recursos livres devem se retrair 8,9% - um reflexo da sazonalidade desfavorável das linhas relacionadas ao fluxo de caixa, como desconto de duplicatas e antecipação de faturas de cartão de crédito.
Já o volume de concessões para Pessoa Física deve mostrar ligeira retração de 0,6%.
As operações livres devem ficar praticamente estáveis (-0,2%).
No caso das operações direcionadas, a acomodação deve ser um pouco maior, de -3,3%. Entretanto, a variação acumulada em doze meses deve ganhar força e avançar de 11,6% para 14,3%.
Com informações da Diretoria de Comunicação da Febraban.