sábado, 27 de abril de 2024
Expert XP 2021

Bolsa deve passar por mais um "teste de maturidade", diz CIO da SulAmérica (SULA11)

Luis Garcia participou do palco "Selic engata novo ciclo de alta, mas o que muda dessa vez?" na última segunda-feira, 23

24 agosto 2021 - 09h08Por Investing.com
Luis Garcia, CIO da SulAméricaLuis Garcia, CIO da SulAmérica - Crédito: Reprodução: LinkedIn

Por Jessica Bahia Melo, da Investing.com – Com a quarta alta consecutiva da taxa de juros básica da economia brasileira e expectativa de que a Selic continue a subir, Luis Garcia, CIO da SulAmérica (SULA3) (SULA4) (SULA11) aponta os fundos de crédito como ativos recomendados neste momento.

Garcia participou nesta segunda-feira do palco “Selic engata novo ciclo de alta, mas o que muda dessa vez?”, do Expert XP, evento online realizado pela Xp Inc (NASDAQ:XP).

Segundo ele, a bolsa vai passar por mais um “teste de maturidade do investidor brasileiro”. “Quando juro real voltar para 4% vai ter outro teste de maturidade. O Brasil era a Disneylândia dos rentistas. Isso vai ser um teste de fogo para ver se os investidores vão continuar a ter bolsa no portfolio”, acredita.

Curva de juros inclinada
O CIO afirma que a expectativa de inflação de longo prazo não está desancorada e os prêmios de risco atuais não estão justificados por uma expectativa de inflação mais alta no futuro.

Segundo Garcia, a combinação do risco fiscal com o risco eleitoral são os principais fatores que interferem neste momento. “Quando olhamos para bolsa, câmbio, commodities e juros; os juros longos são os mais afetados pelo risco fiscal”, reforça.

Credibilidade
De acordo com Garcia, desde o início da crise causada pela covid-19 no ano passado, houve um excesso de estímulos de uma forma nunca vista antes.

A combinação de politica fiscal e monetária expansionistas em algum momento iria causar inflação, mas a expectativa era de que ela fosse transitória.

Para o CIO, quanto maior a credibilidade da autoridade monetária brasileira, potencializada pela independência do BC, maior também a percepção de que o movimento será diferente do ocorrido em 2016.

“A gente, apesar de chegar ao mesmo juro real projetado em 2016, dessa vez é percebido como um ajuste, muito diferente de uma situação de descontrole”.

Garcia pondera que a dívida brasileira está em torno de 85% do PIB atualmente, contra 65% do PIB naquele momento. Mas, mesmo com endividamento mais alto, ele acredita que a credibilidade da equipe econômica do BC é muito maior e, por isso, o mercado vê como menor o risco de um descontrole.