sexta, 29 de março de 2024
Punição

Autoridade antitruste do México multa federação e clubes de futebol por práticas de monopólio

Segundo o Cofece, equipes conspiraram para impor tetos aos salários das jogadores após a criação da liga feminina

29 setembro 2021 - 10h20Por Redação SpaceMoney
Campeonato MexicanoCampeonato Mexicano - Crédito: Scaled

A autoridade antitruste do México (Cofece) anunciou, na última quinta-feira (23), que multou mais de uma dúzia de clubes de futebol do país e a Federação Mexicana de Futebol (FMF) por práticas de monopólio relacionadas aos tetos salariais e restrições do movimento trabalhista.

Segundo o órgão, a FMF, 17 clubes do futebol mexicano e oito pessoas (não identificadas) foram multadas em 177,6 milhões de pesos (R$ 49 milhões).

“Depois que a liga feminina foi criada em 2016, os clubes conspiraram para impor tetos aos salários das jogadoras entre 500 pesos (R$ 135) e 2 mil pesos (R$ 5,4 mil) mensais”, disse o Cofece.

“Os clubes conspiraram para evitar ou inibir a competição no mercado de transferência de jogadores de futebol por meio de dois comportamentos: 1) imposição de limites máximos aos salários das jogadoras, o que ampliou ainda mais a diferença salarial entre jogadores de futebol feminino e masculino; e 2) segmentar o mercado de jogadores, estabelecendo um mecanismo que os impedisse de negociar e contratar livremente novas equipes”, explicou o órgão no comunicado.

Enquanto isso, os jogadores mais jovens, da categoria sub-17, não recebiam salário, apenas um auxílio para educação e alimentação.

A federação mexicana enviou mensagens para “persuadir” os clubes a respeitarem os limites e verificou que estavam em conformidade, citou o Cofece.

Na temporada 2018/19, o acordo foi alterado e os tetos salariais foram fixados em 15 mil pesos (R$ 4,1 mil) mensais.

De acordo com o órgão, “a prática não só teve um impacto negativo em suas receitas, mas também teve como consequência o aumento da disparidade salarial entre homens e mulheres”.

Os clubes e a FMF por uma década aplicaram o chamado “acordo de cavalheiros” por meio do qual os clubes mantinham o direito de reter jogadores mesmo após o término de seus contratos. Uma nova equipe teria que obter a autorização do clube atual de um jogador e, muitas vezes, pagar antes de contratá-la.

Em comunicado, a FMF e a Liga MX (primeira divisão do campeonato mexicano) afirmaram que o "acordo de cavalheiros" terminou em 2018 e os tetos salariais terminaram em maio de 2019.