sábado, 20 de abril de 2024
Análise

Ata do Fed: tom vem menos rígido do que esperado, mas respiro deve durar pouco, avalia especialista

Nesta quarta-feira (25) o Federal Reserv (Fed), o banco central americano, divulgou a ata de sua última reunião

25 maio 2022 - 18h30Por Redação Spacemoney

Nesta quarta-feira (25) o Federal Reserv (Fed), o banco central americano, divulgou a ata de sua última reunião. Na avaliação de Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, o Fed vem em tom duro, mas menos rígido do que mercado esperava.

"O mercado reagiu de forma positiva. É aquele respiro antes de voltar a cair, pois o cenário mundial ainda é muito desafiador e tudo está mudando. Ninguém está otimista. A ata confirma que vai ser preciso pelo menos mais duas altas de 50 pontos", ressalta Oliveira.

Ele explica que que, agora, o tempo é para analisar na frente porque no verão, a inflação de serviços será pressionada devido à demanda reprimida de pessoas que têm viagem contratada, independente da crise e mão de obra no setor está em falta.

"Esse setor vai para cima de contratação temporária, o que vai bombar mais a economia. Então, a ideia é acelerar alta agora para depois do verão, em setembro, poder reavaliar dados", diz.

O especialista pontua que a inflação não depende apenas da alta de juros estipulada pelol Fed. Vai depender, também, da situação da China com covid zero, além da necessidade da resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia

"Por último, vemos um tom mais duro, pois já traz o consenso de que alguns membros discutiram levar juros para níveis restritivos, ou seja, juros reais positivos, o que mercado temia porque não se esperava que juros chegassem nesse nível positivo".

"Por isso, que o tom fica mais duro no final. Também foi comentado que pacote de tirar estímulos vai seguir com plano. Começa em junho e deve manter ritmo até estar com balanço saudável. Achei positivo para o mercado, porém é preciso tomar cuidado", alerta Oliveira que reforça que os desafios são grandes e ainda não dá para se animar.