Os mercados foram inundados com diversos alertas nesta semana e o mais importante veio do Federal Reserve (Fed). No entanto, os dados recentes relativos ao desemprego acabam de entregar informações que também podem ser de grande relevância.
A queda surpreendente nos pedidos semanais de seguro-desemprego para 201.000, o valor mais baixo desde janeiro, sugere que o mercado de trabalho norte-americano ainda está aquecido.
Após as projeções económicas da Fed na quarta-feira (20) terem mostrado que as taxas de juros permaneceriam mais altas durante mais tempo, os dados laborais solidificaram ainda mais esse conceito para os investidores.
O mercado tem estado obcecado em saber quando começarão os cortes nas taxas e quão abundantes serão em 2024, mas isso foi abruptamente substituído pela constatação de que a política permanecerá restritiva durante algum tempo.
A reação do mercado tem sido significativa desde que as projeções do Fed mostraram que as taxas permaneceriam acima de 5% até 2024. O S&P 500 caiu 2,6% nas últimas duas sessões e os rendimentos do Tesouro de dois anos subiram para os máximos de dezesseis anos.
Também parece mais justificado à luz dos dados de pedidos de subsídio de desemprego de quinta-feira. Um mercado de trabalho em abrandamento é de extrema importância para a Fed ajudar na sua batalha contra a inflação.
Na quarta-feira (20), Jerome Powell, presidente do Fed compartilhou que, embora as projeções econômicas do Banco Central apontem para um pouso suave, essa não é a sua expectativa.
Não está claro por que razão Powell se mostrou relutante em dizer que espera uma aterrissagem suave, que implica um alívio da inflação sem uma recessão ou um aumento acentuado do desemprego. O problema dele pode ser que não será possível ter uma aterrissagem suave se o mercado de trabalho estiver aquecido. Então, o que resta?
Quando se trata de mercados, os investidores redefiniram as suas expectativas nos últimos dias. Há espaço para dados econômicos mais fracos do que o esperado para reaquecer o mercado de ações.