sexta, 26 de abril de 2024
Juros no Brasil

Alta da Selic será sentida rapidamente no financiamento imobiliário, diz empresário do setor

Segundo Dowglas Melo, sócio da Urban House, consumidor já está ponderando mais a compra de um imóvel

31 março 2021 - 10h43Por Redação SpaceMoney

Depois de quase seis anos, a Selic voltou a subir. A taxa estava estacionada no piso histórico de 2% ao ano desde agosto de 2020, mas o Comitê de Política Monetária (Copom) quebrou o ciclo e fez o ajuste para os atuais 2,75% a.a.

Muitos setores vão ser afetados por esse aumento e surge uma inquietação sobre um possível encarecimento para o bolso dos brasileiros, também no mercado imobiliário. Segundo Dowglas Melo, dono da Urban House Imobiliária, sócio da Midas Go Land Bank e especialista no mercado imobiliário, esse aumento atrapalha o consumidor que ainda tem dúvida na compra de um imóvel novo. 

"Essa é uma reação que pode ser desfavorável para quem ainda não se decidiu na compra do seu imóvel. Descontos e facilidades tendem a ser reduzidas para diminuir os impactos dos reajustes que podem vir após o aumento da taxa. A dica ideal é: comprar e financiar o imovel o quanto antes", comenta o especialista no mercado imobiliário. 

Seja para quem vai construir como para quem pretende comprar um imóvel, a Selic serve como referência dos juros para parte dos investimentos de renda fixa e para algumas operações de crédito, como o parcelamento.

"O financiamento na imobiliária de fato é uma das linhas de crédito que são diretamente e rapidamente afetadas pela alta da Selic. O setor teve grande crescimento no ano passado, apesar da pandemia, e esse aumento foi motivado pelas quedas das taxas de juros e por vários incentivos para aquisição de imóveis e moradia", argumenta Dowglas Melo. 

Para entender melhor essa relação, é importante frisar que a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa média de juros paga pelo governo brasileiro em empréstimos tomados de instituições bancárias. Segundo Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SPO, em dezembro de 2020 foram comercializadas 8.799 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 103,2% superior comparado às vendas de novembro (4.331 unidades) e ficou 26,1% acima das 6.980 unidades comercializadas em dezembro de 2019.