Após uma sessão de fortes perdas, as ações de distribuidoras de combustíveis viram uma recuperação parcial nesta quarta-feira (6).
A Raízen (RAIZ4), joint venture entre Cosan (CSAN3) e Shell, registrou um aumento de 3,76% às 14h20 (horário de Brasília), atingindo R$ 3,59. A Ultrapar (UGPA3) também apresentou uma recuperação, com um avanço de 2,65% e atingindo o valor de R$ 25,58. Enquanto isso, a Vibra (VBBR3) ainda enfrentava uma leve queda de 0,36%, cotada a R$ 21,90.
As perdas anteriores foram influenciadas por duas notícias relevantes no setor - primeiramente, houve especulações sobre a possibilidade da Petrobras retomar a posse de postos de combustíveis.
Uma reportagem do Valor Econômico mencionou fontes de alto escalão na estatal, sugerindo que a Petrobras estaria buscando rever cláusulas de não concorrência com a Vibra, visando retomar postos de combustíveis no Brasil.
Adicionalmente, informações do EPBR destacaram que o Conselho Nacional de Política Energética do Brasil (CNPE) estaria discutindo um plano para descentralizar o setor de distribuição de combustíveis.
Este plano contemplaria a alocação de volumes fixos para distribuidores regionais, seguindo determinações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Tal medida impactaria diretamente distribuidoras que não estão associadas às bandeiras das grandes marcas como Ipiranga (Ultrapar), Shell (Raízen), ou BR (Vibra), conhecidas como distribuidoras "brancas". Esta ação sugeriria um limite de participação no mercado, restringindo possivelmente a presença das três maiores distribuidoras.
O Goldman Sachs ressaltou que estas notícias adicionam incerteza ao setor de distribuição de combustíveis, especialmente no âmbito regulatório.
O banco observou que a compreensão real dos termos do plano ainda é limitada, porém, previu uma possível reação negativa das empresas listadas, o que se concretizou nas perdas do dia anterior.
Contrariamente, o Bradesco BBI considerou que a reação do mercado foi exagerada, enfatizando que não há confirmação oficial sobre a inclusão do requisito na agenda do CNPE, nem se será votado.
Adicionalmente, segundo a análise do banco, a resolução proposta não teria caráter coercitivo e demandaria discussões em outras esferas, como a autoridade antitruste, a ANP e o Congresso.
O BBI ressaltou que mesmo que a proposta seja aprovada, a resolução visa garantir o acesso das pequenas empresas de distribuição às cotas da Petrobras, evitando seu esgotamento e assegurando a competição no mercado.
No entanto, alertou para a necessidade de alinhar futuras cotas com a capacidade de entrega dessas pequenas empresas, a fim de evitar riscos de fornecimento no setor.