domingo, 28 de abril de 2024
Economia

XP corta projeção da Selic a 9% ao fim de 2024, com estimativa para IPCA reduzida a 3,70%

O viés expansionista dos gastos fiscais e parafiscais desponta como o principal risco para as perspectivas da política monetária, dizem analistas

04 janeiro 2024 - 14h56Por Lucas de Andrade

Em relatório publicado nesta quinta-feira, 4 de janeiro, a XP Investimentos reduziu suas projeções para a taxa básica de juros Selic e para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado como a inflação oficial do país.

De acordo com os analistas, a continuidade da deflação global de custos deve permitir que o IPCA desacelere ao longo de 2024, em compensação ao mercado de trabalho aquecido, à política fiscal expansionista e a riscos inflacionários pontuais, como o El Niño.

Esse cenário-base, aliado a alguma melhora no ambiente doméstico, deve permitir um ciclo de afrouxamento monetário maior por parte do Banco Central (BC), e, com isso, o Comitê de Política Monetária (COPOM) poderia estender os cortes na Selic a 9,00% ao fim deste ano - contra previsão anterior de 10% -, nível que deve permanecer em 2025.

O viés expansionista dos gastos fiscais e parafiscais desponta como o principal risco para as perspectivas da política monetária, de acordo com a XP Investimentos.

Analistas revisaram ainda suas estimativas de inflação para 2024 de 4,10% para 3,70%, ao mesmo tempo que passou a esperar um câmbio mais apreciado - de R$ 4,70, contra estimativa anterior de R$ 4,85.

Apesar da surpresa com o IPCA-15 do mês de dezembro, as medidas subjacentes do IPCA mantiveram a tendência de desaceleração dos últimos meses, o que permite afirmar que o processo de desinflação segue em curso, declarou a XP.

A projeção de déficit primário para 2024 caiu de 0,8% para 0,6% do PIB, o correspondente a R$ 73,5 bilhões, em razão das medidas de arrecadação aprovadas pelo Congresso Nacional.

Por fim, analistas estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 seja de 1,5%, em linha com o relatório anterior, e preveem o crescimento da economia brasileira em 2025 a 2% (contra 1,8%, anteriormente).