O mercado inicia a semana em compasso de espera pelo IPCA de julho do IBGE, marcado para terça-feira (12). Acima de tudo, esta leitura representa peça-chave para a trajetória das expectativas e para a precificação da Selic. Antes de tudo, o Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda (11), atualiza as projeções de inflação, PIB, câmbio e juros. Dessa forma, ele serve como referência imediata para o humor local.
No exterior, os investidores monitoram o CPI de julho dos EUA, também na terça (12), às 8h30 ET (9h30 em São Paulo). Em resumo, a combinação IPCA + CPI pode redefinir apostas para cortes de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, mexe no dólar e na curva de Treasuries.
De acordo com o calendário oficial do IBGE, o IPCA 7/2025 sai na manhã de terça, juntamente com outros indicadores de preços. Logo após, o dado local chega quase simultâneo ao CPI americano. Como resultado, a volatilidade intradiária nos ativos brasileiros tende a se intensificar.
O Focus, por sua vez, compila semanalmente as medianas de projeções do mercado e sai toda segunda-feira. Assim sendo, mudanças no IPCA esperado para 2025/2026 e na Selic terminal balizam a reação de juros futuros, bolsa e câmbio já na abertura.
Em síntese, a agenda traz dois gatilhos de primeira ordem: IPCA e Focus para o quadro doméstico; CPI para o cenário global. Por fim, a leitura combinada desses números reforça (ou redimensiona) a tese de alívio de juros e de dólar mais fraco no curto prazo.
O que acontece em cada cenário
Se IPCA e CPI vierem abaixo do esperado, aumenta a probabilidade de cortes de juros mais cedo e/ou mais profundos nos EUA. Em consequência, os Treasuries caem e o dólar sofre pressão baixista. No Brasil, a curva futura tende a fechar, apoiando bolsa e crédito. Logo após as divulgações, o mercado reprecifica apostas de política monetária.
Se os dados ficarem em linha, o mercado consolida o cenário base: manutenção da trajetória de desinflação gradual e cautela por parte dos bancos centrais. Nesse sentido, o impacto permanece limitado, a menos que os núcleos tragam sinal divergente.
Se IPCA e/ou CPI vierem acima das estimativas, o risco aponta para reabertura de juros, com dólar mais forte e bolsas sob pressão. Em contrapartida, uma surpresa altista concentrada em componentes voláteis pode ter efeito mais contido. Por outro lado, aceleração em serviços e núcleos piora a percepção sobre a persistência da inflação.