O Inter Research alterou sua expectativa para a taxa básica de juros Selic para 8,50%, de 9,00% ao ano anteriormente, ao fim de 2024.
A queda da inflação e a desaceleração da atividade devem permitir a continuidade dos cortes de 50 p.p. na taxa Selic, que se estenderia ao segundo trimestre de 2024, de acordo com a economista-chefe Rafaela Vitória.
“O cenário externo mais benigno e início dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em meados de 2024 também devem permitir a continuidade do afrouxamento monetário no Brasil”, declarou.
Contudo, mesmo que o ciclo de cortes encerre 2024 em 8,5%, a taxa Selic ainda estaria restritiva nesse patamar, se considerada a inflação esperada pelo Inter em 3,70% em 2024 e em 3,60% em 2025.
“Uma interrupção do ciclo de cortes, ou uma redução prematura do ritmo de cortes pode ocorrer caso cenário externo volte a deteriorar ou mudanças na política fiscal tenham impacto no cambio e nas expectativas de inflação mais longas”, acrescentou Vitória.
Com a melhora estrutural no balanço de pagamentos e expectativa de queda de juros pelo Federal Reserve em 2024, o Inter Research alterou sua estimativa de cambio de R$ 5,00 para R$ 4,85 em 2024.
O resultado fiscal deve continuar negativo em 2024, mesmo com expectativa de melhora na arrecadação. Após forte crescimento dos gastos em 2023, cerca de 7,00% acima da inflação, veem déficit de R$110 bilhões em 2024, ou -1% do PIB, bem acima da meta zero do governo, mantida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada para 2024 ao fim do ano passado.
“O rombo em 2023 deve fechar próximo de R$ 230 bilhões, considerado o pagamento dos precatórios no final do ano”, comentou.