O Brent opera perto de 66 a 67 dólares nesta quarta-feira, atingindo mínimas desde junho. Ao mesmo tempo, o WTI também enfraquece. Esse movimento reflete, sem dúvida, temores de excesso de oferta e sinais de demanda mais fraca. Tais fatores mantêm, portanto, o viés baixista no curto prazo.
A EIA (Administração de Informação de Energia dos EUA) projetou em seu relatório de agosto que o Brent pode ficar abaixo de 60 dólares no quarto trimestre de 2025. Isso acontece em virtude de estoques em alta e produção global superando o consumo. Além disso, a agência também alertou para risco de “grande sobreoferta” à medida que produtores elevam a oferta, sobretudo a Arábia Saudita.
No Brasil, o recuo do petróleo coloca novamente a política de preços da Petrobras no radar. A companhia adota, desde 2023, uma estratégia mais flexível. Essa abordagem suaviza a volatilidade internacional e considera o câmbio antes de ajustar combustíveis. Em junho, a estatal sinalizou que evita repassar movimentos de curto prazo. Ao invés disso, calibra mudanças com base em tendências mais persistentes.
Em abril, a Petrobras reduziu o preço do diesel às distribuidoras em R$ 0,12 por litro, citando variações de Brent e de câmbio. Por isso, o recuo atual do petróleo reforça a atenção do mercado para potenciais novos ajustes, caso as cotações permaneçam baixas.
Para investidores, a queda do Brent pode aliviar custos de refino e pressões inflacionárias. No entanto, também reduz receitas de upstream. A leitura sobre PETR3 e PETR4 dependerá, assim sendo, do equilíbrio entre margens, câmbio e eventual ritmo de cortes de preço.